Hélio Castroneves é processado por fraude fiscal

Por Gazeta Admininstrator

O piloto brasileiro Hélio Castroneves e sua irmã foram acusados formalmente na quinta-feira em Miami sob a acusação de conspiração para fraudar o imposto de renda norte-americano, segundo promotores.

O bicampeão das 500 Milhas de Indianápolis e sua irmã, Katiucia Castroneves, também serão processados por seis casos de evasão fiscal, entre 1999 e 2004.

A promotoria acusa-os de terem usado uma empresa "laranja" no Panamá para ocultar rendimentos recebidos da equipe Penske Racing e de uma empresa brasileira. Um outro réu no processo é o advogado Alan Miller, de 71 anos, que será indiciado por conspiração e três casos de evasão fiscal.

Castroneves, de 33 anos, vive em Coral Gables, nos arredores de Miami.

No ano passado, ele ampliou sua popularidade nos EUA para fora do mundo do automobilismo ao derrotar a cantora pop inglesa Melanie Brown na final do concurso televisivo "Dancing with the Stars", da ABC, equivalente ao brasileiro "Dança dos Famosos".

"Não importa se você ganha a vida estacionando carros ou pilotando-os, pagar impostos é uma responsabilidade da qual todos compartilham", disse o promotor Alex Acosta em entrevista coletiva.

Mark Seiden, advogado do brasileiro, lamentou o indiciamento e disse que seu cliente não cometeu irregularidades.

"Hélio confiou nos conselhos de profissionais competentes, contadores e tributaristas ao preparar suas declarações. Ele seguiu seus conselhos de boa-fé", disse Seiden. "Acreditamos que, uma vez que os fatos sejam apresentados ao júri, ele será absolvido."

Os promotores dizem que o piloto recebeu 6 milhões de dólares ao longo de três anos para pilotar e licenciar sua imagem para a equipe Penske, mas só declarou 1 milhão.

Os outros 5 milhões de dólares teriam sido desviados para uma empresa panamenha chamada Seven Promotions, por meio de um "plano de royalties atrasados" que a Penske deveria pagar para uma empresa na Holanda.

Katiucia Castroneves teria ajudado a preparar as declarações fiscais falsas e transferido o dinheiro para uma conta na Suíça.

O processo diz ainda que Castroneves ganhou 600 mil dólares ao longo de três anos de um contrato de patrocínio da empresa brasileira de comércio exterior Coimex Internacional S.A., mas só lançou 50 mil dólares na sua declaração.

Os três acusados devem comparecer na sexta-feira perante o juiz.

Os promotores dizem que Castroneves e sua irmã podem pegar uma pena nominal de até 35 anos de prisão, enquanto Miller pode pegar 20 anos. A verdadeira punição, porém, deve ser muito mais branda, vinculando-se à quantia sonegada.