Hélio Costa descarta padrão digital nacional

Por Gazeta Admininstrator

"Podemos até ter condições técnicas", afirmou. "Como vamos fazer um padrão com R$ 80 milhões?", questionou, referindo-se aos recursos que estão sendo destinados às pesquisas do sistema que vem sendo feita por universidades

Brasília - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, vai reabrir as discussões com os países detentores dos padrões de TV digital existentes no mundo. Ele pretende discutir o assunto com os representantes dos padrões americano, europeu e japonês. Essas tratativas vinham sendo feitas desde o governo Fernando Henrique Cardoso, mas foram suspensas no atual governo, na gestão do ex-ministro Miro Teixeira (PT), que pretendia desenvolver um padrão nacional. Contudo, o ministro já adiantou que o Brasil não tem condição de fazer um padrão de TV digital.

"Lamentavelmente, confesso que não temos condição de fazer um padrão de TV digital", observou, afirmando que o desenvolvimento do padrão americano custou US$ 2,8 bilhões e o japonês, US$ 3 bilhões. "Podemos até ter condições técnicas", afirmou. "Como vamos fazer um padrão com R$ 80 milhões?", questionou, referindo-se aos recursos que estão sendo destinados às pesquisas do sistema que vem sendo feita por universidades.

Segundo o ministro, o Brasil está estudando um modelo de referência para definir regras de como será feita a transição do atual modelo analógico para a TV digital. "Não vamos reinventar um padrão", afirmou o ministro, avaliando que o ex-ministro Miro Teixeira não quis propor a elaboração de um novo sistema.

Costa anunciou que, em dois meses, deverá realizar, no Brasil, um encontro com todos os ministros de Comunicações dos países do continente americano, incluindo os Estados Unidos e o Canadá, para debater o assunto. "Inevitavelmente vamos ter que fazer essa discussão", esclareceu. "Para onde o Brasil for, uma grande parte da América Latina vai com a gente".

Após a reunião com os ministros, ele pretende chamar representantes dos consórcios americano, europeu e japonês detentores de padrões digitais.