Hezbollah nega envolvimento em ataque na Argentina

Por Gazeta Admininstrator

Mais de 200 pessoas ficaram feridas na explosão no centro judeu de Buenos Aires
O grupo militante islâmico Hezbollah negou relatos de que um dos seus integrantes foi o suicida responsável pela explosão em um centro comunitário judeu em Buenos Aires, em 1994.
O promotor argentino Alberto Nisman disse na quarta-feira que um um esforço conjunto dos serviços secretos da Argentina e do FBI (a polícia federal americana) haviam identificado o libanês Ibrahim Hussein Berro, integrante do Hezbollah, como autor do ataque.

Mas, segundo o grupo, as alegações são "categoricamente falsas" porque Hussein Berro morreu no sul do Líbano em uma ação contra Israel.

"O mártir Ibrahim Hussein Berro estava entre os irmãos mujahedeen (guerreiros)que foram martirizados durante uma confrontação entre a Resistência Islâmica (Hezbollah) e as forças de ocupação israelenses no sul do Líbano", diz uma nota divulgada pelo grupo.

A comunidade judaica da Argentina busca há anos descobrir quem esteve por trás do ataque que matou 85 pessoas e deixou mais de 200 feridas.

Militantes islâmicos, supostamente apoiados pelo Irã, sempre foram considerados os principais suspeitos.

"Investigação falha"

O promotor argentino que anunciou ter descoberto a identidade do militante suicida disse que, além da identificação pelo serviço secreto argentino e pelo FBI, a identidade de Hussein havia sido corroborada por pelo menos três testemunhas.

Nisman mostrou a jornalistas fotos do suposto suicida, um jovem, de cabelos curtos que vestia uma camisa e jeans.

Investigadores independentes já haviam demonstrado ceticismo em relação à conclusão do inquérito oficial, no qual apontam uma série de falhas.

Não foram feitas autópsias adequadas ou testes de DNA nos restos humanos encontrados no local da explosão. Em um dos incidentes mais chocantes, a polícia simplesmente despejou em uma lata uma cabeça encontrada perto do local que pensou ser do suicida, segundo relatos do correspondente.

O carro-bomba na Associação Judaica Mutual da Argentina (AMIA) foi um dos dois ataques contra a comunidade de 200 mil judeus do país durante a década de 90.

A investigação do ataque a bomba contra a Embaixada Israelense em Buenos Aires, em 1992, também continua sem solução.

Argentina, Estados Unidos e autoridades israelenses afirmam que o Irã seria o responsável, acusação negada pelo país.