Hidropirataria na Amazônia - Pense Green

Por Fernando Rebouças

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Retirar água de rio, lago e lençóis freáticos em média ou grande quantidade sem autorização das autoridades é um ato referido como hidropirataria. Recentemente, a mídia brasileira denunciou que a retirada de água do rio Amazonas por navios-tanques estrangeiros para abastecer países carentes de água.

A retirada de água seria praticada nas proximidades de Manaus e na foz do rio. A existência dessa prática foi debatida por pesquisadores e empresas por ser uma história sem fundamento. Sabe-se que muitos países que carecem de água, como Israel, utilizam sistema de dessalinização da água do mar para abastecer suas populações.

No mundo atual, uma tonelada de água custaria entre $0,25 a $0,50 dólares ao dia, caso um navio interessado em levar água de rios brasileiros para o Caribe ou para o Oriente Médio agisse de tal forma, o custo seria elevado para $3 dólares por metro cúbico, considerando o tempo de viagem e os custos de armazenamento durante 10 ou 15 dias. Outros custos deveriam ser considerados, como o de tratamento local da água importada, que seria o mínimo de $0,40 dólares por metro cúbico. Os custos de retirada, transporte, armazenamento na viagem e tratamento de águas hidropirateadas tornariam a aventura inviável.

Porém, é de conhecimento popular o uso da água de diferentes rios brasileiros para a lavagem de cascos, instalações e objetivos de embarcações; higiene e demais necessidade de viagem em diferentes proporções sem que haja um cálculo da quantidade retirada e se essa retirada altera a renovação da quantidade hídrica de rios e lagos. Mas, pelos cálculos demonstrados anteriormente, está claro que abastecer uma cidade estrangeira por meio de água roubada em transporte marítimo é uma prática ineficaz e cara.

Por outro lado, a hidropirataria na Amazônia tem sido praticada por navios petroleiros para reabastecimento de seus reservatórios antes de saírem das águas nacionais. A fiscalização no Brasil compete à ANA (Agência Nacional de Águas) que, por sua vez depende de denúncia formal. Oficialmente, os casos de hidropirataria ainda são desconhecidos no Brasil.