Hillary Clinton enfrenta protegida de Kissinger na disputa presidencial

Por Gazeta Admininstrator

A corrida presidencial de 2008 nos EUA já está tirando o sono dos republicanos. À medida que a possível candidatura da senadora democrata Hillary Clinton ganha mais força, os bastidores da disputa pela Casa Branca - que inclui, entre os presidenciáveis, até a secretária de Estado, Condoleezza Rice - ganhou um nome insólito nesta semana, informa na edição de sexta-feira(3) o jornal “New York Times”. Kathleen Troia McFarland, de 54 anos, uma protegida de Henry Kissinger e porta-voz do Pentágono durante o governo de Ronald Reagan, admitiu pela primeira vez que pode enfrentar a ex-primeira-dama.

O primeiro embate deve acontecer nas eleições parlamentares e para governador deste ano.
McFarland, conhecida como K. T., ainda é “verde” na política. Ela tem sido uma dedicada dona-de-casa desde 1985 e que já se retirou de uma corrida pelo Senado por Nova York por acreditar que seria derrotada nas urnas.
Ao recrutar McFarland, os republicanos parecem estar recuando à sua teoria original de que o melhor oponente a Hillary Clinton é outra mulher forte, que aparece bem na TV, apóia os direitos ao aborto e pode manter em jogo alguns votos femininos. Além disso, um duelo entre duas mulheres teria grande repercussão nacional e poderia dificultar o caminho de Hillary rumo à Casa Branca.
- A questão do gênero é um ponto-chave para a vitória este ano e também para o futuro dos republicanos em Nova York - disse Robert Davis, líder republicano no condado de Erie, que é um dos maiores incentivadores da candidatura de K. T.
Talvez refletindo sua inexperiência no mundo político, McFarland se recusou a conversar mais profundamente sobre questões de sua plataforma, dizendo que ainda está estudando os detalhes.
Sua plataforma seria o combate ao terrorismo e a segurança nacional. Ela se descreveu ao “NY Times” como uma “republicana moderada” e uma “republicana ao estilo Reagan”. Ela não disse como teria votado sobre a Guerra do Iraque, mas comentou acreditar que mais soldados americanos deveriam ter sido enviados ao país árabe.
“A guerra ao terror não está sendo fácil e, de muitas maneiras, é muito mais difícil que a Guerra Fria”, afirmou McFarland. “Não é época de encenar políticas, de pregar peças, de falar apenas com republicanos ou com democratas. É hora de dizer com o que concordamos, a que ponto comum podemos chegar”, acrescentou.
A candidatura de McFarland em Nova York se fortaleceu após um dos favoritos, John Spencer, cair em desgraça com a revelação de uma história de infelidade conjugal, o que poderia afastar dele o eleitorado feminino. Outro possível nome, o da advogada Jeanine Pirro, perdeu força após avaliação de que ela não teria condições de discutir em pé de igualdade sobre questões como impostos, previdência social e Iraque, assuntos em pauta no Senado, o que acabou levando a candidatura à implosão.
Não importa quem seja o adversário de Hillary, ele terá uma missão árdua, já que a senadora democrata conta com 60% do apoio do eleitorado. Os números são de assustar: enquanto a esposa de Bill Clinton já arrecadou US$ 17 milhões para gastar na campanha, McFarland levantou apenas US$ 600 mil, embora ela e seu marido tenham uma excelente condição financeira.