Hipertensão: não basta tratar, é preciso controlar

Por Gazeta Admininstrator

Uma pesquisa realizada pelo médico Rubens Amaral, especialista do Centro de Especialidades de São Caetano do Sul (Cescs), mostra que é perfeitamente possível alcançar estatísticas de controle da hipertensão arterial muito melhores que as atuais. A doença é uma das maiores causas de morte no país.

De acordo o IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de hipertensos. Dentre esses a grande maioria faz tratamento, mas apenas 6% estão com sua pressão controlada. "Com esse dado, podemos perceber que tratar da doença é muito diferente de controlar. Não basta termos pacientes em tratamento, se a pressão arterial não estiver absolutamente sob controle", diz Amaral.

A partir dos 60 anos, 50% das pessoas apresentam algum grau de pressão alta. Segundo Amaral, o país vem envelhecendo rapidamente e isso aponta um número muito maior de hipertensos nos próximos anos. Para completar, os hábitos alimentares da maioria da população não são adequados e tem uma alta prevalência ao sedentarismo. Além disso, trabalhos científicos pelo mundo têm mostrado que a adesão aos tratamentos prolongados é muito baixa – o que tem sido um tema de relevância em todos os fóruns de discussão desta área.

Pesquisa

"Várias são as causas que levam ao não controle dessa doença. Muitas são relacionadas à própria hipertensão. Mas o comportamento dos pacientes com relação à prescrição médica e ao próprio estilo de vida, colabora e muito", diz o especialista, que analisou 100 pessoas com idade média de 57,5 anos durante o tratamento com remédios e acompanhamento com psicólogos, nutricionistas, preparadores físicos, enfermeiros e médicos.

A pesquisa mostrou que é perfeitamente possível apresentar números de controle muito melhores. 74% dos pacientes analisados apresentaram pressão controlada. "Esse resultado só foi possível através de uma boa relação médico-paciente-clínico e do uso adequado de drogas hipotensoras, mostrando que não é impossível, mas é preciso disciplina", diz Amaral.

O médico recomenda: "Se você é daqueles que está sob tratamento procure atingir essa meta, converse com seu médico porque senão você não estará se beneficiando completamente nem conseguindo atingir os reais objetivos do tratamento – abolir ou pelo menos diminuir os riscos de complicações".