Homens-bomba matam 27 em protesto de ex-policiais iraquianos

Por Gazeta Admininstrator

Dois homens-bomba detonaram explosivos atados ao corpo no meio de uma multidão de ex-policiais que faziam um protesto numa cidade de maioria xiita próxima de Bagdá nesta segunda-feira. Pelo menos 27 pessoas morreram, num dos ataques mais letais na escalada de violência no país, iniciada há um mês.

As explosões na cidade de Hilla e a prisão de um líder político sunita pelas forças lideradas pelos EUA em Bagdá elevam a tensão sectária no Iraque. A Al-Qaeda assumiu responsabilidade pelo atentado duplo, ocorrido um dia depois de o governo iraquiano deflagrar sua maior operação de segurança desde a queda de Saddam Hussein.

A polícia disse que os homens-bomba misturaram-se a ex-policiais que protestavam em frente a um escritório do governo, porque a unidade em que estavam foi dissolvida. O primeiro homem-bomba detonou os explosivos no meio da multidão. Enquanto os sobreviventes se dispersavam, outro homem-bomba correu junto a eles e detonou os explosivos.

- Não se podem contar os mortos porque os corpos estão despedaçados - disse um sobrevivente ainda no local da explosão. - Que Deus castigue os que fizeram isso.

Mais de 100 pessoas ficaram feridas.

A insurgência intensificou os ataques suicidas e emboscadas desde o final de abril, matando mais de 700 iraquianos, desde que o novo gabinete, liderado pelos xiitas, assumiu o governo, três meses após as eleições parlamentares de janeiro. Setenta soldados americanos foram mortos em maio - tornando este o mês mais letal no Iraque para as tropas EUA desde janeiro, quando, numa outra onda de violência, os rebeldes tentaram impedir as eleições.

Em reação ao levante, o Iraque iniciou no domingo uma operação com 40 mil soldados, apelidada Operação Relâmpago. As tropas estão varrendo a capital, cujos principais acessos foram fechados. A Al-Qaeda no Iraque disse que lançaria uma ofensiva em resposta.