Hotel terá que pagar US$ 2,5 milhões a haitianos por discriminação em Miami Beach

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_170489" align="alignleft" width="364"] Hotel de luxo SLS South Beach. Foto: divulgação internet.[/caption] O hotel de luxo SLSSouth Beachfoi condenado a pagar $2.5 milhões a 17 ex-funcionários haitianos que entraram com processo na Justiça alegando discriminação por raça e nacionalidade. Na última segunda-feira, 30, o U.S. Equal Employment Opportunity Commission (EEOC) informou que o hotel, que fica no 1701, Collins Avenue, em Miami Beach, vai pagar a indenização milionária. O grupo entrou com o processo na Justiça em abril de 2017 onde alegou a discriminação. Segundo o processo, os haitianos foram proibidos de falar crioulo, sua língua nativa, enquanto seus colegas latino-americanos poderiam falar livremente em espanhol. Os ex-funcionários afirmam também no processo que foram tratados como ‘escravos’, e eram obrigados a subir 13 andares do hotel com cargas pesadas pelas escadas, enquanto outros funcionários não precisaram fazê-lo. O grupo de haitianos alegou que foi dispensado do emprego por causa de sua nacionalidade e raça e que o supervisor os tratava e os chamava de ‘escravos’. Quando os funcionários haitianos pediram aos patrões que consertassem o elevador de serviço do hotel, um dos supervisores disse: "Que os escravos tomem conta do trabalho". Os haitianos relataram os supostos abusos ao departamento de Recursos Humanos em abril de 2014. Toda a equipe da lava-louças foi demitida e substituída no mesmo dia por outra equipe "composta quase inteiramente por funcionários brancos e hispânicos", segundo o processo. EUA emitem diretrizes contra a discriminação racial James Greeley, chefe do grupo SBE Entertainment Group baseado em Los Angeles, a qual pertence o hotel, disse ao jornal Miami Herald na segunda-feira que a decisão de substituir os funcionários do departamento tinha um "motivo financeiro perfeitamente legítimo" e apontou que nem todos os funcionários que foram demitidos eram descendentes de haitianos. "Somos uma empresa aberta, que emprega pessoas de mais de 60 nacionalidades diferentes", disse. Como parte do processo, o hotel terá que realizar um curso de formação obrigatória anti-discriminação para todos os cozinheiros, assistentes, gerentes e funcionários que trabalham em restaurantes, disse Carmen Manrara Cartaya, advogada pertencente ao EEOC. Seis dos hotéis da rede localizados em Miami devem completar o curso. No acordo, o SLS South Beach negou todas as acusações, mas alegou "que os acordos são preferidos em vez de litígios incertos dispendiosos". A empresa "tomou a decisão de resolver o problema de maneira amigável para o benefício de nossos ex-funcionários", disse Greeley. Leia também Professor de middle school na FL é suspenso por injúria racial