ICE adia deportação de imigrante com câncer no sul da Flórida

Por Gazeta News

sfl-cancer-striken-immigrant-faces-deportation-foto Susan Stocker -Sun Sentinel
[caption id="attachment_150328" align="alignleft" width="300"] Reina Gomez teve a deportação adiada por lutar contra um câncer. Foto: Susan Stocker / Sun Sentinel.[/caption]

Uma hondurenha de 49 anos, que mora no sul da Flórida e está em tratamento de câncer, teve a ordem de deportação adiada pelo U.S. Immigration and Customs Enforcement na última segunda-feira, 31.

A imigrante corria o risco de ser deportada até outubro caso o ICE resolvesse pela deportação. "Estou feliz, estou aliviada", disse em lágrimas a hondurenha Reina Gomez, ao sair do escritório do ICE, em Miramar.

Gomez mora há 15 anos nos Estados Unidos e trabalha como doméstica desde quando chegou. Diagnosticada com uma forma rara de leucemia, ela não teria o mesmo tratamento para combater a doença caso voltasse para Honduras, devido à falta de medicamentos e, por isso, via a deportação como sentença de morte.

A imigrante é uma das inúmeras que veio para os EUA fugindo da violência e de um relacionamento abusivo no país natal, conforme informou ao Sun Sentinel.

Como a decisão do ICE é temporária, a batalha de Gomez para ficar nos EUA está longe de ser resolvida, mas os defensores dos direitos dos imigrantes veem o adiamento da decisão do seu pedido de asilo, que ocorre em um momento no qual imigrantes indocumentados têm enfrentado detenções em casa e durante os check-ins regulares no ICE, com uma ponta de esperança aos indocumentados.

Organizações de apoio aos imigrantes têm ajudado aos que estão em situação semelhante e reforçam que a luta é necessária ao invés do medo. "Este é um exemplo do que a nossa comunidade pode fazer para parar as deportações. Ocultar não é uma opção. Temos que nos levantar, organizar e lutar de volta ", enfatizou Maria Bilbao, organizadora do grupo de apoio aos imigrantes “United We Dream”.

Marcia Olivo, diretora executiva do Miami Workers Center, reforçou que “Continuaremos lutando por Reina e por todos os imigrantes porque precisamos de uma verdadeira reforma imigratória que dê um caminho para a cidadania, e não um sistema injusto que impele as pessoas a informar as autoridades para acelerar sua deportação e separá-las de suas famílias”, declarou.

A prisão de imigrantes indocumentados aumentou 38% nos primeiros quatro meses de 2017, em comparação com o número de detenções durante o mesmo período do ano anterior, segundo dados do ICE.

Segundo Ana Quiros, advogada da Arquidiocese de Miami, que representa a hondurenha, uma decisão sobre o pedido de asilo de Gómez pode sair em duas semanas.

A imigrante alega que nunca cometeu um crime nos EUA, exceto viver como indocumentada.

Com informações do Sun Sentinel.