ICE concede asilo temporário a imigrante com câncer no sul da Flórida

Por Gazeta News

[caption id="attachment_150328" align="alignleft" width="300"] Reina Gomez poderá tirar licença para trabalho e renovar carteira de motorista. Foto: Sun Sentinel.[/caption]

Nesta sexta-feira, 18, a imigrante Reina Gómez ganhou mais um passo na batalha contra sua deportação que havia sido adiada temporariamente pelo Immigration and Customs Enforcement (ICE) de Miramar, em north Miami, no início deste mês.

Com a ajuda de advogado e o apoio das organizações comunitárias, a hondurenha poderá agora solicitar uma licença de trabalho e renovar a carteira de motorista por mais um ano e espera poder renová-la novamente depois. As informações são de Elizabeth Taveras, da organização Workers Center.

Depois de viver no país por mais de 12 anos, há alguns meses Reina havia recebido uma ordem de expulsão depois que seu pedido de asilo foi negado. Devido a uma doença terminal que exige atendimento médico constante e sua conformidade com seus check-ins regulares no ICE todos os anos, ela foi autorizada a ficar.

Gomez trabalha como doméstica desde quando chegou. Diagnosticada com uma forma rara de leucemia, ela não teria o mesmo tratamento para combater a doença caso voltasse para Honduras, devido à falta de medicamentos e, por isso, via a deportação como sentença de morte.

Mas devido à mudança nas políticas de imigração do governo atual, este ano, o check-in no ICE tornou-se um pesadelo para os indocumentados. Com medo de se tornar a próxima vítima dos "ataques silenciosos" do ICE, a mexicana convidou sua comunidade para apoiá-la. Para não ir sozinha para enfrentar os agentes de imigração que não podiam deportá-la sem testemunhas como as que fizeram com centenas de outros imigrantes, ela chamou conhecidos, além de sua advogada e líderes comunitários.

"Neste momento sinto meu coração cheio de alegria, vivi muito tempo com angústia em relação ao meu caso e para onde estava indo. Estou muito entusiasmado com o sucesso de poder ficar mais um ano e poder também dirigir e ir ao trabalho”, declarou Reina Gómez, aliviada.

Bastante conhecida, a líder na comunidade, Gomez sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores domésticos, participou de uma greve de fome para ganhar os direitos dos trabalhadores como zelador, assumiu riscos em seu ativismo e contribuiu para a comunidade por falar em público, apesar de estar em tratamento de uma doença terminal. “Queremos agradecer aos membros da comunidade, líderes e organizações de mídia que tornaram possível esta vitória”, ressaltou.

A imigrante alega que nunca cometeu um crime nos EUA, exceto viver como indocumentada.

Organizações de apoio aos imigrantes têm ajudado aos que estão em situação semelhante e reforçam que a luta é necessária ao invés do medo. “Este é um exemplo do que a nossa comunidade pode fazer para parar as deportações. Ocultar não é uma opção. Temos que nos levantar, organizar e lutar de volta “, enfatizou Maria Bilbao, organizadora do grupo de apoio aos imigrantes “United We Dream”.