Ícone dos anos 80, integrantes de Metrô voltam a se reunir

Por Gene de Souza

Depois de morar anos em países africanos, acompanhando o marido diplomata, a vocalista Virginie Boutaud voltou a sentir o carinho dos fãs ao se mudar para a França.

“Foram anos de pouco contato, por não haver internet boa na África. Quando nos estabelecemos em Toulouse, comecei a aparecer em redes sociais, a postar gravações e percebi uma resposta positiva do público. Isso aumentou minha vontade de retornar ao grupo”.

Poucos meses depois, surgiu um convite inusitado ao quinteto: participar da festa de 50 anos do colégio paulistano Liceu Pasteur, onde os cinco músicos se conheceram. “Foi difícil, mas nos reunimos para o evento. Eu cheguei ao Brasil apenas no dia da festa, mas eles conseguiram ensaiar durante uma semana. E sentimos muita energia naquela noite”, lembra Virginie. “Juntou-se a isso o fato de que, naquele momento, pela primeira vez nos últimos 30 anos, todos estávamos num período da vida em que era possível voltar a ter uma banda”, completa o guitarrista Alec Haiat.

Em agosto de 2015, veio a primeira apresentação para os fãs – no teatro da Unibes Cultural, em São Paulo. “Percebemos ali que ‘voltar’ seria a escolha certa”, conta Virginie. “O momento é menos propício ao rock, ao contrário dos anos 80, mas estamos muito afim de tocar, criar coisas novas”, afirma Alec. Yann Lao (teclados), Dany Roland (bateria) e Zaviê Leblanc (baixo) completam o time. São os mesmos integrantes que gravaram os clássicos “Beat acelerado”, “Sândalo de Dândi”, “Tudo pode mudar”, “Johnny Love” e “Ti ti ti”. “O grupo teve idas e vindas, vários integrantes, mas essa é a formação clássica. Temos uma química muito boa”, explica Alec.