Câmara da Flórida aprova dura lei contra indocumentados

Por Marisa Arruda Barbosa

we count florida

A câmara da Flórida aprovou uma lei que requer que os governos locais prendam pessoas que eles acreditam que sejam imigrantes indocumentados e, em alguns casos, puniria policiais que não obedecessem a essa ordem.

Esse é um esforço de parar com as chamadas "cidades santuário" que se recusam a cooperar com agências federais de imigração. A proposta da câmara (HB 675) inclui não somente as consideradas cidades santuário tradicionais do estado, assim como qualquer cidade que soltar criminosos não violentos que podem ser imigrantes indocumentados.

De acordo com a advogada de imigração, Renata Castro Alves, ainda é muito cedo para saber a extensão da medida. "Mas acredito que haverá a implementação de medidas que forçarão polícias municipais e do condado a reportar o status imigratório de pessoas que cometam mesmo pequenas infrações. Será difícil definir aonde acaba o papel da polícia e se inicia o papel das autoridades de imigração" , disse a advogada. "Além disso, é possível que a lei não chegue às mãos do governador Rick Scott antes do fim da sessão de 60 dias que termina em março/2016, de acordo com o proponente da lei, senador Aaron Bean".

Isso poderia potencialmente impactar aproximadamente 30 condados da Flórida, de acordo com o American Civil Liberties of Florida, incluindo todo o sul da Flórida e Tampa Bay.

"Nós temos um problema que é a necessidade da construção de muros para manter as pessoas fora de nosso país porque somos o melhor país do mundo" disse o deputado Larry Metz, R-Yalaha, que criou o projeto de lei. “Sem segurança na fronteira e policiamento local, o sistema ficará quebrado, e para arrumá-lo nós temos que fazer a nossa parte no estado da Flórida".

O projeto de lei foi aprovado com o apoio de 80 republicanos contra 38. O deputado Rene Plasencia, R-Orlando, foi o único republicano a se unir aos democratas em oposição à lei, e Jose Felix Dias (R-Miami), presidente do Miami-Dade Legislative Delegation, que não estava presente no momento da votação. Uma proposta similar não avançou no Senado.

"Nossas comunidades nunca irão esquecer os deputados que votaram hoje para lançar a caça às bruxas que irá criminalizar e criar preconceito racial sobre nossas famílias. Estamos desapontados que membros eleitos para representar nossas comunidades irão virar as costas para as famílias da Flórida em troca de favores dentro de seus partidos" , disse Pamela  Gomez, organizadora de Tallahassee da campanha "We Are Florida!". “Quando chegar novembro, eleitores latinos e imigrantes irão fazer suas vozes serem ouvidas.

"A lei é parte de um esforço contínuo de perseguir pessoas que escolhem imigrar para cá" , disse o deputado  Joe Geller, D-Aventura.

A lei será onerosa para os governos locais, disse o deputado Jose Javier Rodriguez, D-Miami. O condado de Miami-Dade teria que gastar milhões para deter imigrantes indocumentados que cometem crimes não violentos.

Ele disse ainda que as políticas do condado não o tornam um condado santuário porque a polícia trabalha com o U.S. Immigration and Customs Enforcement em alguns casos. Mas oficiais federais raramente vão em frente para deportar imigrantes indocumentados presos por crimes não violentos.

Além de banir as políticas de cidades santuário, a lei de Metz deixa com que as famílias de pessoas mortas por imigrantes indocumentados processem o governo local.

Líderes comunitários da Flórida irão se mobilizar para não deixar com que a lei HB 675 avance. Mobilizações estão agendadas para o dia 17 de fevereiro, na capital do estado.

"É importante que os residentes da região entrem em contato com seus deputados e senadores por e-mail, carta ou telefone para manifestar sua posição em relação à medida. Uma lista de representantes locais pode ser encontrada no site www.myflorida.com lembrando que todos os emails enviados se tornam parte dos arquivos públicos (Public Records)", finalizou Renata Alves.

Com informações do Miami Herald e Florida Immigrant Coalition.