Imigração investiga documentos falsos em 50 cidades.

Por Gazeta Admininstrator

A Agência norte-americana de Imigração e Aduana(ICE) está realizando mais de 3,5 mil investigações em todo o país sobre a falsificação de documentos de seguro social, carteiras de motorista e green cards, além de outros documentos. A principal rede de falsificação e distribuição nos Estados Unidos é controlada pela família Castorena, de acordo com informações de funcionários do ICE.

As investigações em curso pela ICE juntam-se às recentes batidas realizadas pela polícia em diversas partes do País para prisão de imigrantes que tenham ordem de deportação expedida pela justiça. A orientação recebida pelos policiais é de deter especialmente aqueles imigrantes que têm carta de deportação ou carteira de motorista em situação irregular.

A secretária adjunta da ICE, Julie Myers, qualificou a falsificação de documentos como “epidêmica”. A Agência iniciou uma camapnha nacional contra as organizações de falsificadores e formou equipes especiais com este fim em 10 cidades, entre elas Dallas, Filadélfia, Atlanta, e St. Paul, em Minnesota.

Nos últimos meses, centros de falsificação de documentos já foram localizados e desativados nas cidades de Charlotte, Carolina do Norte, Los Angeles, Denver, entre outras. De acordo com as investigações, células da organização criminosa conhecida como Organização da Família Castorena(CFO), já se estenderam por pelo menos 50 cidades, em 33 estados do País.

De acordo com a ICE, membros da família Castorena imigraram do México nos anos 80 para os EUA e hoje praticamente dominam o próspero mercado de falsifiação de documentos.

Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro, os falsificadores de documentos tornaram-se uma ameaça particularmente preocupante. Dois dos seqüestradores dos aviões utilizados no ataque às Torres Gêmeas utilizaram documentos fraudulentos para obter documentos de identificação em Virgínia, o que lhes permitiu embarcar sem suspeitas nos aviões.

Segundo as autoridades federais, é praticamente impossível calcular o magnitude financeira da rede de falsificação de documentos. Somente em Los Angeles, no entanto, uma investigação recente resultou na apreensão de 3 milhões de documentos com valor de mercado estimado em $20 milhões.

Aos imigrantes ilegais freqüentemente são entregues pacotes de documentos falsos como parte da tarifa de contrabando de $2mil. As vendas avulsas de documentos como Social Security Card, carteira de motorista e green cards variam entre $75 e $300, de acordo com a qualidade da falsificação, e as entregas são feitas em prazo de uma hora. Segundo os investigadores, os falsificadores da CFO estudam microscopicamente os documentos norte-americanos que lhes interessam e os duplicam meticulosamente.

O negócio tem se mostrado tão promissor que, de acordo com investigações da ICE, a família que domina o negócio já cobra até uma tarifa de franquia de até $15 mil mensais pela administração dos escritórios de venda de documentos. Os Castorena proíbem, segundo as investigações, seus “franqueados”de participar de atividades de narcotráfico e outras ilícitos que possam atrair a atenção da justiça. Também atualizam regularmente seus “produtos”para estar em dia com as mudanças nos documentos oficiais.

O líder da quadrilha, Castorena-Ibarra, de 42 anos, é um dos 10 fugitivos mais procurados pela ICE. Segundo o agente especial da ICE em Denver, Cory Voorhis, Castorena fugiu para o México mas continua coordenando todo o esquema por intermédio de subordinados que vivem nos EUA.