Em pronunciamento em Mianmar, o presidente Barack Obama afirmou no dia 14 que usará seus poderes executivos para reformar, antes do fim do ano, as políticas de imigração, o que pode impedir a deportação de cinco milhões de imigrantes indocumentados.
"Isto vai ocorrer antes do fim de ano", disse Obama em um comparecimento perante a imprensa junto à líder opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, em Yangun, a antiga capital de Mianmar (Mianmar).
Esse foi o primeiro pronunciamento do presidente desde a publicação, no dia 12 da Fox News, e em seguida do New York Times, dizendo que o presidente poderá anunciar na próxima semana o plano, que poderá proteger aproximadamente 5 milhões de pessoas da deportação.
"Se o Congresso não atuar, eu usarei toda autoridade que possuo por lei para tentar melhorar o sistema", disse o líder americano.
Obama acrescentou que está disposto a assinar uma lei de imigração assim que o Congresso a apresentar.
De acordo com a Fox, uma "peça-chave" do plano de Obama é permitir que muitos pais de crianças que são cidadãos americanos ou residentes legais obtenham permissões de trabalho e evitem assim a ameaça da deportação.
Essa parte do plano poderia afetar entre 2,5 e 3,3 milhões de pessoas, dependendo do tempo de permanência no país (dez ou cinco anos) que for fixado como requisito para os potenciais beneficiados.
Reação dos republicanos
Perante o iminente anúncio migratório do presidente, um grupo de republicanos liderado pelos senadores Ted Cruz, Mike Lee e Jeff Sessions ameaça bloquear a aprovação de fundos para financiar o funcionamento do governo e a "anistia ilegal" que, segundo eles, Obama pretende realizar.
O líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, pediu a Obama que não anuncie suas medidas sobre imigração até que o Congresso aprove, antes do dia 11 de dezembro, o pacote de despesas que financiaria o governo em 2015.
"O presidente disse que vai tomar medidas executivas. A questão é quando. Isso é sua decisão. Mas eu gostaria que as finanças do país estivessem resolvidas antes de fazer qualquer coisa nesse assunto", disse Reid à imprensa no dia 13.
Enquanto isso, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, reiterou que Obama está "brincando com fogo" e que qualquer ação unilateral que adotar eliminará a possibilidade de aprovar uma reforma migratória no Congresso, além de "pôr em perigo" o consenso bipartidário em outros assuntos.
Se o presidente Barack Obama realmente for em frente com o pacote de ordens executivas, a aceitação de Loretta E. Lynch, indicada pelo presidente para ser a nova procuradora-geral dos EUA, poderá estar em jogo. Eric Holder está deixando o cargo.