Imigração pode começar a verificar as redes sociais de candidatos a vistos

Por Gazeta News

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Legisladores estão planejando uma legislação para introduzir a verificação online de candidatos a vistos como parte do processo de investigação para o visto para os Estados Unidos.

A meta é acabar com lacunas de segurança como quando os atiradores de San Bernardino, na Califórnia, postaram mensagens radicais no Facebook e mostraram sinais de radicalização mesmo antes de Tashfeen Malik entrar nos EUA.

A administração Obama pediu que o Department of Homeland Security e o State Department revisem o processo de investigação de pessoas que entram com pedidos de visto para os EUA. A ideia é trazer recomendações de como acabar com falhas na segurança no sistema de vistos para os EUA, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, no dia 14.

Enquanto isso, o presidente do Comitê Judiciário da Câmara, deputado Bob Goodlatte R-Virgínia, disse que o comitê está trabalhando em uma legislação que iria recorrer a informações online, incluindo contas de redes sociais, para serem revistas como parte de uma checagem de antecedentes criminais para requerentes de vistos.

O DHS disse que está revisando especificamente regras sobre quando o US Citizenship and Immigration Services pode olhar postagens em redes sociais como parte do processo de investigação de possíveis imigrantes com o pedido de certos tipos de visto.

Malik, que era paquistanesa, é acusada da autoria do ataque a San Bernardino ao lado de seu marido. Ela entrou nos EUA em 2014 com o visto K-1, ou visto de noiva.

O governo aprovou mais de 9,9 milhões de vistos durante o ano fiscal de 2014. O DHS disse que três programas piloto usados para incorporar verificações apropriadas das redes sociais foram lançados no ano passado e o departamento está trabalhando em outras formas para investigar “posts” em redes sociais.

A investigação de Malik incluiu pelo menos uma entrevista presencial no Paquistão e outra depois de casar com Syed Farook, que nasceu no Illinois. Ela também passou pelos exames biométricos e uma variedade de informações de antecedentes criminais.

No dia depois do ataque, o Facebook encontrou um post em uma página mantida por Malik prometendo a fidelidade dela e de seu marido ao líder do grupo do Estado Islâmico.

Autoridades disseram que Malik e Farook trocaram mensagens sobre a jihad (guerra santa) e o martírio online antes de se casarem e enquanto ela ainda vivia no Paquistão.

A história da radicalização de Malik e sua aparente discussão online trouxeram à tona questões sobre como ela passou pela verificação de antecedentes criminais que o governo descreveu como rigoroso.

O senador Richard Burr, republicano da Carolina do Norte, que é chefe do Comitê de Inteligência do Senado, disse no programa da CBS “Face the Nation”, no dia 13, que Farook se radicalizou já em 2010 e Malik em 2012, anos antes do visto dela ser processado.

Alguns oficiais do DHS, no momento, podem ver “posts” em redes sociais como parte de investigações. As possíveis mudanças em leis estão sendo consideradas no USCIS.

Deixar que autoridades verifiquem postagens em redes sociais não é uma garantia de que possíveis imigrantes que tenham visões radicalizadas serão descobertos, uma vez que usuários do Twitter e Facebook podem escolher a privacidade.

A senadora Dianne Feinstein, D-Califórnia, e Burr apresentaram uma lei, na semana passada, que iria pedir que companhias de redes sociais denunciem qualquer “atividade terrorista” que verifiquem, como planejamento de ataques, recrutamento ou distribuição de material terrorista.

Mas representantes da indústria de tecnologia dizem que isso poderia acarretar em problemas à indústria e ao direito de expressão online.