Imigração usa transferência de presos para dificultar assistência

Por Gazeta Admininstrator

Ao procurar por informações de familiares ou amigos detidos pela Imigração, pessoas se deparam, com frequência, com um mesmo drama: o preso foi transferido de presídio, ou mesmo para um estado distante. Algumas vezes, as transferências acontecem tantas vezes que o paradeiro da pessoa fica desconhecido.

O que antes era uma reclamação individual de pessoas que viveram este drama, acaba de se tornar um fato comprovado por um relatório divulgado na última semana pelo Human Rights Watch, que analisou os dados de 2 milhões de transferências de presos pela imigração, cobrindo um período de 12 anos.

A busca do advogado Michael T. Doyle pelo seu cliente era como tentar pegar fumaça. O cliente, um residente de Rhode Island preso pela Imigração, foi jogado de uma prisão para outra. “A família o viu em Dartmouth. Eu fui até lá e ele não estava mais nesta prisão. Nós ligamos para todos os lugares em Boston. Descobrimos que ele estava na prisão de South Bay. Quando cheguei lá, ele já não estava mais. Ficamos sabendo que tinha sido transferido para Filadélfia e depois para o Texas. Foi aí que desisti”, relembra Doyle.

O caso mostra uma experiência que se repete por todo o país, de acordo com o relatório. As transferências de presos para cadeias distantes estão colocando em risco os direitos humanos e políticos dos imigrantes detidos.
O cliente de Doyle assinou um documento perante um juiz e foi deportado. “Foi trágico”, disse ele. “Nós nunca tivemos a chance de ajudá-lo. O governo venceu. Nós perdemos”.

O relatório do Human Rights Watch mostra que as frequentes transferências de presos separam eles das famílias, advogados, testemunhas e evidências que são necessárias para defendê-los contra deportações. Estas transferências da Imigração negam aos detentos seus direitos de ter um julgamento justo, frequentemente atrasa os procedimentos de asilo ou deportação e aumenta o tempo que ficam presos, diz o relatório.

As transferências não acontecem apenas com imigrantes indocumentados, mas com residentes legais e refugiados. “Transferências não apenas movem as pessoas, elas jogam para escanteio seus direitos”, disse Alison Parker, diretor do Human Rights Watch e autor do relatório. “Eles podem evitar que imigrantes, como os que estão aqui legalmente, tenham um advogado ou que tenham seus direitos de permanacerem nos EUA defendidos”.

Exageros

Ao analisar os dados de 2 milhões de transferências, o Human Rights Watch mostrou que mais de 46 por cento dos detentos foram transferidos duas vezes ou mais. Um detento chegou a ser transferido 66 vezes. Na média, cada preso transferido viaja 370 milhas sendo que existe um padrão que se repete. Da Pensilvânia para o Texas, cobrindo 1.642 milhas.

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