Imigração vai "endurecer" com empregadores

Por Gazeta Admininstrator

Em uma iniciativa que representa a sua entrada no minado campo político da reforma da imigração, a secretária de Segurança Interior (DHS), Janet Napolitano, anunciou que vai determinar aos agentes federais que deem ênfase à prisão e encaminhamento à justiça dos responsáveis por empresas que contratem imigrantes indocumentados, de acordo com informações de agentes do DHS.

A nova tática deverá ser percebida, a partir desta semana, quando novas orientações serão, oficialmente, dadas aos agentes da Polícia de Imigração e Aduanas (ICE), informaram fontes do Departamento. A política, aparentemente, está em harmonia com as afirmações do presidente Barack Obama, feitas durante sua campanha presidencial, quando afirmou que esforços anteriores haviam fracassado, uma vez que haviam se concentrado nos imigrantes ilegais e não nos empregadores.

De acordo com fonte do DHS, as mudanças são resultado de uma ampla revisão nos programas de imigração e de segurança de fronteira, assim como das políticas que Napolitano havia implementado, desde que assumiu o cargo. “Ela está concentrada em usar os nossos limitados recursos da maneira mais efetiva, concentrando-se nos estrangeiros deliquentes e nos empregadores que infrinjam as leis e contratem, deliberadamente, indocumentados”, disse a fonte.

Os funcionários do DHS sublinharam que a entidade não abandonará as batidas nas empresas, enquanto estuda outros caminhos estruturais na legislação e nas políticas de imigração.

A atual lei exige que sejam apresentadas provas de que, ao contratar um indocumentado, os responsáveis pela empresa sabiam de sua condição.
Doris Meissner, ex-comissionada do ICE, e que agora trabalha no Instituto de Políticas de Imigração, um grupo de estudos de Washington, disse que o governo de Bush havia se comprometido a fiscalizar os empregadores, mas raramente o fez. Posteriormente, foi muito criticado por fazer grandes batidas contra trabalhadores indocumentados.

- O governo Clinton, por sua vez, usou várias leis para controlar os empregadores, a exemplo de multas por infrações de trabalho, ou participação em conspiração – disse Meissner.

Os partidários de ambos os lados do problema esperam grandes mudanças na política de imigração, desde a eleição de Obama, particularmente, desde a nomeação de Janet Napolitano, ex-governadora e fiscal, para escabeçar o Departamento de Segurança Interna.

Os conservadores têm advertido que qualquer passo atrás, na batalha contra a imigração ilegal, resultaria em maior presença dos indocumentados no País. Os grupos de defesa dos direitos dos imigrantes têm se queixado da falta de inciativas para reformas, durante o governo Obama e suge-
riram que a Casa Branca está se isentando de suas promessas de campanha de reduzir as batidas nas unidades de trabalho. Essas preocupações aumentaram quando agentes do ICE fizeram uma batida em uma planta de Bellingham, Washington, em fevereiro, que levou à prisão de dezendas de suspeitos de serem indocumentados.

Napolitano expressou ao Congresso não estar satisfeita com a batida e disse que “chegaria ao fundo desse assunto”, mas acrescentou: “Teremos que fazer cumprir as leis nos centros de trabalho. É preciso concentrar-se nos empregadores que, intencionalmente, contratam indocumentados”, concluiu Napolitano.

Michael W. Cutler, agente especial aposentado do INS, acredita que o go-verno de Obama teria que perseguir tanto os empregadores quanto os indocumentados, para enviar a mensagem de que não compactua com a imigração ilegal. “Quem é mais responsável pela prostituição, as prostitutas ou os clientes? É uma responsabilidade dividida”, disse Cutler, do Centro de Estudos de Imigração, um grupo que se opõe à imigração ilegal no País.

Ele considera “torpe perseguir os empregadores e não os indocumentados. Isso significa que vão fazer poucas prisões. E a mensagem que se envia é que se você pode cruzar a fronteira, ninguém o vai perseguir”, conclui Cutler.