Brasileira da Flórida consegue cancelar ordem de deportação

Há 4 meses, Gonçalves recebeu ordem de deportação para o Brasil

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Tatiana Gonçalves (à direita), com o marido e a advogada Iara Morton.

Sob ordem de deportação desde abril, a brasileira Tatiana Gonçalves conseguiu o cancelamento junto ao U.S. Immigration and Customs Enforcement em Miramar na terça-feira, 6. Com isso, ela vai poder continuar o seu processo de regularização imigratória em solo americano.

"Foi Deus que quebrantou o coração do agente, que ouviu com toda atenção minha advogada Iara Morton contar toda minha história de vida", contou com exclusividade ao Gazeta News.

Há 14 anos no sul da Flórida, casada com um americano e com três filhos, um deles americano, em processo para regularizar sua situação imigratória no país, no dia 19 de abril Gonçalves recebeu uma ordem de deportação ao fazer o 'check-in' regular na agência do ICE em Miramar.

Como estava programado, na última terça-feira, Gonçalves se apresentou novamente na agência porque, segundo ela, teria que apresentar a passagem comprada para o Brasil.

"Estava tudo tão calmo lá e geralmente não é assim. Foi tão milagroso que o mesmo agente que me deu a carta de deportação, foi o que me atendeu ontem. Apresentei a passagem, mas ele nem olhou. Então minha advogada conversou com ele e explicou que sobre mim e o trabalho que desempenho aqui junto à comunidade. Além disso, ele também viu as fotos da minha família e o abaixo-assinado com mais de cinco mil assinaturas pedindo para que eu não fosse deportada', detalhou.

Segundo Gonçalves, a advogada apresentou o 'stay of removal' (um adiamento temporário, que impede o Departamento de Segurança Interna (DHS) de executar uma ordem de remoção), mas o agente disse que não precisava.

Cada detalhe sobre o caso foi citado, inclusive sobre o tempo que o processo imigratório ficou parado. "Ela (a advogada) explicou que os cinco anos que o meu processo ficou parado foi porque o advogado anterior não fez mais nada além dos 'check-ins' e que, em um ano e meio que aceitou o caso, conseguiu reabri-lo. Ela pediu então para dar prosseguimento ao processo com todos os trâmites necessários, como o pedido de perdão, sem que eu precise estar no Brasil", explica.

Ele entendeu que estou aqui para fazer a diferença e no final, olhou pra mim e disse: "Vou te dar essa chance e não quero te ver aqui mais. Que você vá para o Brasil e volte como uma rainha".