Imigração de países africanos é a que mais cresce nos EUA

O número de imigrantes africanos cresceu quase 50% de 2010 a 2018

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Nigerianos ainda são o maior grupo populacional africano nos EUA.

A África tem o número de imigrantes que mais cresce nos Estados Unidos, de acordo com dados do US Census Bureau.

O número de imigrantes africanos aumentou quase 50% entre 2010 e 2018. Isso é mais do que o dobro da taxa de crescimento da imigração para os EUA da Ásia, América do Sul ou Caribe.

Enquanto os nigerianos continuam sendo o maior grupo populacional de imigrantes africanos nos EUA, Camarões lidera a lista em termos de taxa de crescimento. O número de imigrantes nascidos em Camarões dobrou para 80 mil em 2018, em comparação com 2010, com grande parte do crescimento ocorrendo nos últimos anos.

O aumento não se deve apenas a pedidos de asilo ou de refúgio, mas também de estudantes. Segundo o Instituto de Estatística da UNESCO, de 2006 a 2014, o número de estudantes africanos que cursavam o ensino superior no exterior cresceu 24%, passando de cerca de 343 mil para 427 mil. Um aumento de 9% apenas entre 2013 e 2014.

Os africanos também se beneficiaram do Programa de Loteria para Vistos de Diversidade dos EUA, ou "loteria do Green Card". Países como Gana, que também está entre os cinco principais países africanos com uma população de imigrantes em rápido crescimento nos EUA, tiveram o maior número de candidatos do que qualquer outro país em 2015, e pelo menos um milhão de candidatos em 2016. O Departamento de Estado dos EUA estabelece cotas regionais a cada ano e, em 2017, o maior número de vistos (cerca de 19 mil) foi destinado a países africanos.

No entanto, movimentos recentes do governo Trump podem afetar essas tendências. Seu governo foi acusado de usar "soluções alternativas" para limitar a migração legal de certas regiões do mundo, incluindo a África e o Caribe. Uma dessas políticas é restringir quem pode solicitar um visto de diversidade, determinando que todos os solicitantes tenham passaportes válidos. "Parece uma estratégia para desencorajar as pessoas de baixa renda a se candidatarem à loteria de vistos de diversidade; sabemos que esse presidente expressou forte preferência por imigrantes ricos, brancos e europeus", disse Amaha Kassa, diretora executiva da ONG African Communities Together, organização sem fins lucrativos. Com informação de Quartz África.