Suprema Corte ouve argumentos desafiando decisão de terminar o DACA

A questão chave para o caso é se o governo forneceu a justificativa adequada para o término do programa. Decisão deve sair somente em 2020

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Milhares de imigrantes estão no limbo, à espera de uma decisão.

A Suprema Corte pareceu ter dificuldades na terça-feira (12) ao analizar os esforços do governo Trump para encerrar o programa da era Obama que protege da deportação milhares de imigrantes indocumentados que chegaram aos Estados Unidos ainda criança.

O presidente Donald Trump pediu em 2017 que o programa Deferred Action for Childhood Arrivals fosse desfeito, mas foi impedido por tribunais de primeira instância que permitiram que as renovações continuassem, à medida que o processo de apelação terminasse.

Esperando no limbo estão aproximadamente 700 mil "dreamers" que dependem do programa, criado por meio de uma ação executiva do ex-presidente Barack Obama após o fracasso dos esforços de reforma da imigração do Congresso. O DACA permite que esses jovens trabalhem legalmente no país e sejam protegidos da deportação.

A chave para o caso é se o governo forneceu a justificativa adequada para o término do programa.

Os juízes liberais sugeriram que o governo não o havia feito - mas os principais votos poderiam ser o juiz John Roberts e Brett Kavanaugh, cuja posição às vezes parece se inclinar mais a favor do governo.

Os juízes Elena Kagan, Steven Breyer, Ruth Bader Ginsburg e Sonia Sotomayor pressionaram o governo com força, sugerindo que Trump violou a lei ao decidir terminar o programa. Segundo esses juízes, o governo não havia levado em consideração quantas pessoas, organizações e instituições educacionais seriam impactadas por uma decisão abrupta. Para cumprir a lei administrativa, os juízes sugeriram que o governo teria que ter tomado uma decisão mais fundamentada.

Neil Gorsuch e Samuel Alito pareciam os mais favoráveis à posição do governo.

É sempre difícil prever como a Suprema Corte decidirá. A decisão só deve ser anunciada em junho de 2020, em plena campanha de reeleição de Trump. Com informações da CNN.