Brasil é o 9º país em envio de estudantes universitários aos Estados Unidos

Alunos universitários brasileiros nos EUA somam mais de 16 mil

Por Arlaine Castro

Valeria Cunha Gass se diz realizada com o mestrado em Applied Behavior Analysis na Aurora University, uma faculdade particular em Illinois.

Com a segunda maior alta entre os estudantes estrangeiros universitários nos Estados Unidos, o número de brasileiros voltou a crescer 9,8% no último ano, chegando a 16.059 nos anos letivos de 2018 e 2019, de acordo com o relatório Open Doors divulgado este mês pelo Instituto de Educação Internacional (IIE) pertencente ao Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos EUA.

O Brasil se posicionou atrás apenas da alta procura de alunos de Bangladesh,segundo o relatório. No quadro geral, o Brasil é hoje o 9º país no mundo a enviar estudantes para os Estados Unidos. Na lista completa dos 10 primeiros lugares aparecem a China, Índia, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Canadá, Vietnã, Taiwan, Japão, Brasil e México, que juntos somaram 1.095.299 estudantes estrangeiros no ano letivo de 2018-2019.

Estado queridinho dos brasileiros

A Flórida tem se firmado como o estado que mais recebe estudantes brasileiros seguido da Califórnia, Nova York, Massachusetts e o Texas. O estado também é um dos mais procurados pelos estudantes internacionais, especialmente os brasileiros, aponta a rede EducationUSA (uma rede do Departamento de Estado com mais de 400 centros de orientação de estudantes internacionais em mais de 170 países) e o portal da embaixada americana no Brasil.

Como a carioca Caroline Louredo da Silva, 21 anos, que cursa enfermagem no Valencia College em Orlando desde 2018 e conta que estava ainda no ensino médio no Rio de Janeiro quando começou a pesquisar para estudar no exterior e optou pela graduação na Flórida.

"A proximidade e o clima parecidos ajudam bastante na adaptação. Além disso, as aulas são diferentes, a forma de ensino é diferente. No Brasil a gente tem que decidir logo e fica mais restrito a estudar só aquela área. Aqui não. Me adaptei bem mesmo tendo começado com psicologia e mudando para enfermagem", conta a estudante que também faz parte de um grupo de diversidade cultural da universidade e encontrou nisso mais um ponto positivo.

Parceria americana no Brasil

De acordo com os Consulados dos EUA no Brasil, a alta brasileira nos números do Open Doors são fortalecidos pelo aumento do número de centros de orientação EducationUSA, que agora chegam a 41 centros em todo o Brasil, a maior rede EducationUSA do mundo.

Por meio da rede, o número de diplomas de ensino médio duplo em escolas brasileiras de ensino médio em parceria com escolas americanas de ensino médio onde os alunos recebem diplomas de ensino médio do Brasil e dos Estados Unidos nas principais cidades do país também está aumentando.

Essa nova tendência já está contribuindo para aumentar o número de estudantes brasileiros que se inscrevem em cursos de graduação nos EUA, 5,6%. Novos programas preparatórios também estão chegando às escolas de ensino médio brasileiras, onde os estudantes se formarão com créditos de ensino superior dos EUA, diz a rede EducationUSA.

Apesar da alta recente nos últimos dois anos, os números ainda estão distantes do auge de 23,6 mil estudantes brasileiros em 2014/15, por exemplo. Dos 16.059 em 2018, a maior parte dos estudantes brasileiros nos Estados Unidos (7,7 mil) fazia graduação, enquanto outros - 4,7 mil cursavam mestrado ou doutorado, aponta o relatório.

Acerca do lado financeiro, os mais de 1 milhão de estrangeiros que estudaram no ensino superior americano no último ano letivo, incluindo graduação, pós, intercâmbio e em outras atividades acadêmicas significaram em torno de US$ 44,7 bilhões anuais para a economia. Leia a matéria completa no site.