Estudantes brasileiros fazem quarentena no México para entrar nos Estados Unidos

Pelo menos 40 estudantes brasileiros matriculados em universidades americanas aguardam em solo mexicano

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David Caldas e Daniel Setton estão no México, mas dizem que a luta pela entrada de todos continua.

Alguns integrantes do grupo de estudantes brasileiros entrevistados pelo Gazeta News semana passada que estão perdendo aulas em universidades americanas por causa da proibição de entrada de viajantes do Brasil durante a pandemia, decidiram ir para o México fazer uma quarentena necessária de 14 dias no país, para assim tentarem entrar nos EUA.

Em maio, o governo de Donald Trump anunciou a proibição da entrada de estrangeiros vindos do Brasil, prejudicando não só parte dos 20 mil brasileiros que estudam nos EUA e voltaram para o país de origem nessas férias, mas também os que iniciariam os estudos nesse outono.

O grupo de estudantes criado por Daniel Setton, We The Foreigners, demanda respostas do governo brasileiro a respeito do fechamento da fronteira desde julho. Sem outra opção, mas com condições financeiras para custear a viagem, alguns integrantes se uniram a um grupo maior de brasileiros que estão fazendo quarentena no México para depois seguirem para seus países de destino. 

Daniel é um deles. Ele chegou no domingo, dia 23, e disse que em torno de 40 ou 50 dos outros integrantes do grupo também estão. "Infelizmente, nem todos conseguem porque sai muito caro", afirmou.

Estudante de Administração e Marketing na University of Evansville, em Indiana, Daniel disse ao Gazeta News que no México, eles se juntaram a um grupo maior de 250 estudantes brasileiros que vão para outros lugares, como o Reino Unido.

Outro estudante é David Caldas, 19 anos, que estuda Neurociência e Antropologia Médica na Creighton University em Nebraska e chegou na Cidade do México no dia 21 de agosto. Ele disse que já está perdendo aulas presenciais e de laboratório importantes.

A advogada de imigração na Flórida, Ingrid Domingues, ressalta que esta é uma alternativa que tem sido buscada por diversos brasileiros nas últimas semanas, depois da medida de Trump. Mas que não é garantia de que realmente as pessoas irão conseguir entrar nos EUA.