México analisa ação contra o ICE por cirurgia em mulheres

Autoridades mexicanas estão investigando as alegações de atendimento médico impróprio para mulheres imigrantes detidas na Geórgia

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Detenta é acompanhada por guardas no Irwin County Detention Center.

O México identificou duas mulheres que podem ter sido submetidas a cirurgias não consensuais enquanto estavam detidas pelo US Immigration and Customs Enforcement (ICE).

A descoberta faz parte de uma investigação mexicana mais ampla sobre as alegações de atendimento médico impróprio para mulheres imigrantes detidas no Centro de Detenção de Irwin Country, administrado de forma privada, em Ocilla, Geórgia.

Em um comunicado divulgado durante o fim de semana, o Ministério das Relações Exteriores do México disse que uma nacional mexicana recebeu "uma intervenção cirúrgica" que ela não autorizou. O ministério especificou que a operação não foi uma histerectomia e disse que ela não recebeu cuidados pós-operatórios, tampouco recebeu tratamento para uma hérnia, acrescenta o comunicado.

Uma segunda mulher no México teria sido submetida a uma cirurgia ginecológica "sem seu consentimento total", segundo o ministério, que não especificou o tipo de cirurgia. O comunicado afirma que ela "não recebeu uma explicação em espanhol sobre o diagnóstico médico ou a natureza dos procedimentos médicos que seriam realizados". O governo diz que está "verificando" o caso.

Procurado para comentar na terça-feira, o ICE divulgou uma declaração atribuída ao Diretor Interino Tony Pham de que as alegações "levantam preocupações muito sérias que merecem ser investigadas" e estão sendo analisadas pelo Escritório do Inspetor Geral, onde a denúncia original de denúncia foi apresentada e o Departamento de Segurança Interna.

"Se houver alguma verdade nessas alegações, é meu compromisso fazer as correções necessárias para garantir que continuemos a priorizar a saúde, o bem-estar e a segurança dos detidos pelo ICE", disse Pham no comunicado.

Em setembro, Dawn Wooten, uma enfermeira prática licenciada anteriormente empregada no Irwin County Detention Center da Geórgia, apresentou uma queixa levantando preocupações sobre um número indeterminado de histerectomias supostamente realizadas lá, bem como suposta negligência médica.

Desde então, pelo menos 20 mulheres foram entrevistadas por oficiais mexicanos como parte da investigação em andamento. De acordo com um comunicado anterior do Ministério das Relações Exteriores, cinco mulheres disseram ter "interações" com um médico que foi ligado a cirurgias supostamente impróprias.

De acordo com o ministério, o consulado mexicano em Atlanta, Geórgia, está em contato com um advogado para uma possível ação coletiva e “com as mulheres que poderiam ser incluídas nela, a fim de explorar os canais legais que tratam da violação de seus direitos”. Com informações da CNN.