CBP vai usar tecnologia do Google para criar um "muro virtual" na fronteira entre EUA e México

A tecnologia de reconhecimento de imagem é baseada em nuvem por meio da Inteligência Artificial Vision AI

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Imagem capturada por uma torre de vigilância autônoma no Texas.

Após anos de negociação e análise, a U.S. Customs and Border Protection (CBP) vai usar a tecnologia Google Cloud Platform para criar um "muro virtual" e aumentar a vigilância na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

De acordo com documentos relacionados a um contrato federal, em agosto, a agência aceitou uma proposta para usar a tecnologia do Google Cloud para facilitar o uso de inteligência artificial implantada pela Equipe de Inovação do CBP, conhecida como INVNT.

Entre outros projetos, a INVNT está trabalhando em tecnologias para um novo "muro", só que de forma virtual ao longo da fronteira sul, que combina torres de vigilância e drones, cobrindo uma área com sensores para detectar a entrada não autorizada no país.

O Google anunciou ao CBP uma poderosa tecnologia de reconhecimento de imagem baseada em nuvem por meio de seu produto Vision AI, que pode detectar e categorizar rapidamente pessoas e objetos em uma imagem ou arquivo de vídeo - um benefício óbvio para uma agência governamental que planeja conectar torres de vigilância para detecção de humanos uma vasta região de fronteira.

O novo trabalho da CBP com o Google está sendo feito por meio de uma firma contratante federal terceirizada, a Thundercat Technology, com sede na Virgínia. Thundercat é um revendedor que se apresenta como o principal provedor de tecnologia da informação para contratos federais.

Em 2018, o Google enfrentou problemas internos por causa de um contrato com o Pentágono para implantar soluções de reconhecimento de imagem de drones aprimoradas por IA (Inteligência Artificial).

Na época, o trabalho gerou preocupação nos funcionários de que o Google estava se envolvendo em trabalhos que poderiam ser usados para fins letais e outras questões de direitos humanos. Em resposta à polêmica, o Google encerrou seu envolvimento com a iniciativa, conhecida como Projeto Maven, e estabeleceu um novo conjunto de princípios de IA para gerenciar futuros contratos governamentais.

Os funcionários também protestaram contra as afirmações enganosas da empresa sobre o projeto e as tentativas de ocultar o trabalho militar. O envolvimento do Google com o Projeto Maven foi ocultado por um contratado terceirizado conhecido como ECS Federal.

Agora, o programa Autonomous Surveillance Towers da CBP exige operações automatizadas de vigilância "24 horas por dia, 365 dias por ano" para ajudar a agência a "identificar itens de interesse, como pessoas ou veículos". O programa foi apontado como um “verdadeiro multiplicador de força para CBP, permitindo que os agentes da Patrulha de Fronteira permaneçam focados em sua missão de interdição, em vez de operar sistemas de vigilância”.

A tecnologia do Google para CBP está orçada em US $ 250 milhões e será usada em conjunto com o trabalho feito pela Anduril Industries, uma startup de tecnologia de defesa fundada por Palmer Luckey - fundador da Oculus VR, que foi adquirida pelo Facebook por mais de US $ 2 bilhões em 2014. Com informações da Reuters.