Acusada de fraudar casos imigratórios na Flórida se declara culpada

De 2012 a 2020, Laura Luz Maria Torres Romero, 63, de Palm Beach, ofereceu falsos serviços de imigração e arrecadou mais de US 4 milhões

Por Arlaine Castro

As acusações são de falsos pedidos de imigração, roubo de identidade agravado e lavagem de dinheiro.

Laura Luz Maria Torres Romero, 63, de Lake Worth, no condado de Palm Beach, dona de uma empresa que oferecia falsos serviços de imigração no sul da Flórida e que arrecadou mais de US 4 milhões, se declarou culpada diante do tribunal na segunda-feira, 28.

De acordo com documentos judiciais, de aproximadamente 2012 a março de 2020, Torres, com a ajuda de Melanie Wilhelm e outros co-conspiradores, administrou uma empresa multisserviços, que fornecia serviços de imigração e outros ao público. A empresa operava com nomes diferentes, incluindo El Latino Multiservices, Inc., M&K Multiservices, Inc., L&L Document Services, Inc. e AYE Services, Inc. de diferentes locais em Lake Worth e West Palm Beach.

Ela também usou os nomes Antonieta Mena, Antonieta Vinkelried e Antonieta Winkelried para receber benefícios do governo, além de documentos dos clientes para receber reembolso do imposto de renda. Em 29 de junho, uma denúncia criminal foi apresentada na corte federal de West Palm Beach contra Romero, alegando os falsos pedidos de imigração, roubo de identidade agravado e lavagem de dinheiro. 11 propriedades no condado de Palm Beach foram compradas por meio do esquema.

De acordo com o processo, seus clientes eram grande parte imigrantes da Guatemala ou de Honduras, que entraram ilegalmente nos Estados Unidos há muitos anos, e não tinham direito aos benefícios de asilo. Como eles não falavam inglês, tinham pouca educação formal e um conhecimento mínimo das regras e procedimentos de imigração nos Estados Unidos, Torres se apresentava como experiente e bem informada, que poderia ajudá-los a identificar o programa adequado para garantir o status legal.

Torres preparava os pedidos de asilo falsos para seus clientes, mas sem que eles lessem o que estava escrito. Eles assinavam o papel em branco onde ela supostamente faria o processo. Segundo a acusação, ela inventava narrativas falsas e fictícias de perseguição que os clientes supostamente sofreram em seus países de origem. A maioria dos processos continha histórias de perseguição semelhantes, e às vezes idênticas. Os falsos pedidos de asilo eram enviados ao USCIS para processamento.

Torres exigia que os clientes pagassem antecipadamente por seus serviços que normalmente variavam de US $ 2.500 a US $ 4.000 para o pedido de asilo inicial. Ela também forjava os nomes dos clientes nos pedidos de autorização de emprego (work permits) e cobrava a mais para entregá-los aos clientes.

Durante o esquema, Torres arrecadou mais de US $ 2 milhões em taxas em dinheiro de centenas de clientes e entrou com aproximadamente 1.000 pedidos de asilo e autorização de trabalho de forma fraudulenta. As falsas aplicações fizeram com que o USCIS emitisse autorizações de trabalho para centenas de estrangeiros inelegíveis.

De 2011 a abril de 2019, Torres usou os nomes, datas de nascimento e números de previdência social dos clientes da imigração para registrar mais de 200 declarações fiscais falsas no IRS, buscando reembolsos fraudulentos totalizando aproximadamente US $ 1,8 milhão.

Ela também se inscreveu para receber benefícios do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP) e recebeu desde 2008 até 2020 cerca de $ 67.000.

A comparsa, Melanie Wilhelm, de West Palm Beach, já havia se declarado culpada das duas acusações de conspiração. Na sentença, Torres enfrenta uma pena máxima de 15 anos de prisão e Wilhelm enfrenta uma pena máxima de 10 anos de prisão. Elas também serão condenadas a liberdade condicional, penalidades e restituição.

A audiência de julgamento está agendada para 12 de março de 2021, em West Palm Beach. Com informações do Miami Herald.