Governo Biden pausa certas deportações durante os primeiros 100 dias

Por Arlaine Castro

A pausa de 100 dias na aplicação de deportações ordenadas não se aplica a pessoas suspeitas de terrorismo ou outras questões de segurança nacional, de acordo com o memorando.

O governo Biden ordenou uma pausa em algumas deportações por 100 dias começando o mais tardar na sexta-feira, 22, enquanto o Departament of Homeland Security (DHS) analisa as políticas de fiscalização. Há exceções na medida.

O secretário do DHS em exercício, David Pekoske, dirigiu uma revisão das práticas e políticas de imigração.

"Por 100 dias, a partir de 22 de janeiro de 2021, o DHS pausará as remoções de certos não-cidadãos ordenados deportados para garantir que tenhamos um sistema de imigração justo e eficaz focado na proteção da segurança nacional, da fronteira e da segurança pública", afirma um comunicado.

A mudança ocorre no primeiro dia de administração do presidente Joe Biden, que foi empossado como 46º presidente na quarta-feira, 20.

Pekoske emitiu um memorando direcionando as agências de Alfândega e Proteção de Fronteiras, Imigração e Fiscalização Aduaneira e outras partes do Departamento de Segurança Interna "para revisar e redefinir as políticas de fiscalização e definir políticas provisórias para a fiscalização civil enquanto o Departamento desenvolve suas prioridades finais."

Exceções

A pausa de 100 dias na aplicação de deportações ordenadas não se aplica a pessoas suspeitas de terrorismo ou outras questões de segurança nacional, de acordo com o memorando.

Também não se aplica àqueles que não estiveram nos Estados Unidos antes de 1º de novembro ou que renunciaram ao seu direito de ficar, e não se aplica se o diretor em exercício de Immigration and Customs Enforcement "fizer uma determinação individualizada" de remoção.

"As prioridades da Segurança Interna por enquanto se concentrarão naqueles que representam riscos à segurança nacional, pessoas presas na fronteira tentando entrar ilegalmente e pessoas libertadas de prisões ou cadeias após serem condenadas por crimes graves", diz o DHS.

Separação de famílias na fronteira

Advogados que trabalham para reunir famílias separadas durante a administração Trump disseram que não conseguiram encontrar os pais de centenas dessas crianças.

Assim que tomou posse, Biden revogou uma das primeiras ordens executivas de Trump, que essencialmente tornou uma política agir contra qualquer um no país ilegalmente e se opôs às isenções.

Biden se comprometeu a "restaurar prioridades sensatas de fiscalização" e disse que visar àqueles que viveram e trabalharam nos EUA por décadas é contraproducente.

O democrata também assinou ordens executivas na quarta-feira revogando as restrições de Trump às viagens de vários países de maioria muçulmana e parando a construção do muro da fronteira sul.