Brasileiro é julgado por terrorismo em Massachusetts

Por Arlaine Castro

O valadarense Douglas Gonçalves, de 30 anos, foi preso pelo FBI em sua casa, em Natick, em Massachusetts, no dia 5 de fevereiro, após ser acusado de planejar um ataque terrorista na rede de supermercados Wegmans da cidade vizinha de Medford.

O valadarense Douglas Gonçalves, de 30 anos, foi preso pelo FBI em sua casa, em Natick, em Massachusetts, no dia 5 de fevereiro, após ser acusado de planejar um ataque terrorista na rede de supermercados Wegmans da cidade vizinha de Medford.

Segundo a polícia, Douglas fez ameaças de ataque de terrorismo por e-mail de que iria entrar na rede de supermercados e atirar contra os funcionários, após ter sido “demitido”.

O julgamento do valadarense acontece nesta quarta-feira na corte de Sumerville, segundo o MetroWest Daily News. Douglas Gonçalves é pastor auxiliar na igreja Philadelphia Ev. Church, em Framingham e está preso desde o dia 5 deste mês no presídio de segurança máxima em Billerica – MA . A prisão do pastor aconteceu, em seu apartamento, em Lakeview Avenue.

Entenda o caso

Douglas trabalhava na Instacart, um serviço de aplicativo pelo qual as pessoas podem fazer pedidos de mantimentos de uma loja e depois mandar entregá-los em suas casas. O Instacart atendia o supermercado Wegmans e Douglas já havia feito lá outras vezes.

De acordo com a Polícia de Medford, o Instacart havia demitido Douglas. Portanto a polícia acredita que Douglas atribuiu a demissão a vários funcionários da loja Wegmans naquela cidade e fez ameaças por e-mail de que iria “atear fogo no local e atirar neles”.

As ameaças foram relatadas no início da semana passada e a polícia de Medford iniciou uma investigação. Douglas foi indiciado por fazer ameaças terroristas, fraude de identidade e posse de documentos fraudulentos do Departamento de Registro de Veículos Automotores.

Família contesta

No entanto, familiares e amigos de Douglas contestam todas as acusações contra o pastor. Em uma transmissão ao vivo no Facebook, feita no sábado, 12, a mulher do pastor Missionária Daiana Alves, disse que ele é um 'homem de Deus' e jamais ameaçaria nem uma pessoa sequer e a polícia nem a acusação apresentou provas de que o marido tenha feito qualquer ameaça como dizem.

Para ela, tudo não passa de preconceito por serem imigrantes e explicou sobre a conta no aplicativo. Segundo Alves, Douglas trabalhava com uma conta de Instacart alugada. No dia 28 de janeiro, a conta foi desativada e ele entrou em contato com o aplicativo para saber. "Como tinha feito uma compra, pediu o endereço do cliente para entregar e recebeu como resposta que não conseguiriam informar o endereço porque a conta estava desativada e ele poderia ficar com a compra ou doá-la. Ele então alugou outra conta por 45 dólares e ficou três dias usando antes de ser acusado pelo supermercado de terrorismo", afirmou. 

Alugar uma conta em aplicativo se tornou comum nas redes sociais. Existem muitas ofertas em grupos no Facebook e WhatsApp onde alguém abre uma conta no aplicativo e a aluga para terceiros.
Faltam provas

"Não existe vídeo dele armado, vídeo dele ameaçando ninguém. Ele é inocente e nós amos provar", afirmou a esposa, que acrescentou que está grávida e teve que sair do apartamento onde morava por causa da repercussão do caso.

Segundo a família, outro fato que questionam é que os investigadores não rastrearam a origem do email. "São acusações falsas. Não apresentaram provas, não mostraram e-mail e se existir esse e-mail, não foi ele que enviou".

Confira a versão da família no vídeo abaixo.