O voo de deportação dos EUA para o Brasil foi com menos brasileiros do que o previsto. Ao invés de 106, como tinha sido informado, na sexta-feira, 21, chegaram somente 30 brasileiros deportados.
O grupo chegou na tarde de sexta-feira no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Segundo o Itamaraty, a redução se deu porque “alguns imigrantes obtiveram judicialmente a suspensão da ordem de deportação” e outros foram submetidos a testes de detecção de Covid diferentes dos exigidos pela legislação brasileira para ingresso em território nacional.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores reforçou que os cidadãos que retornam ao país no voo se encontravam detidos, com ordem definitiva de deportação, portanto sem perspectiva de recuperarem a liberdade em território norte-americano.
A princípio a pasta havia comunicado que o voo continha 106 passageiros.
O Itamaraty também informou que o processo está sendo acompanhado pelo órgão para que a segurança e bem-estar dos brasileiros seja garantida. Em voos passados, outros deportados haviam relatado terem sofrido maus-tratos.
“A realização do voo tem como objetivo primário reduzir, para esses cidadãos, o tempo de permanência em centros de detenção nos Estados Unidos, em particular no atual contexto da pandemia da COVID-19”, informou em nota.
Foi o primeiro voo de deportação em massa de imigrantes brasileiros após Joe Biden assumir a presidência no início deste ano. O democrata pausou por 100 dias as deportações e prometeu tratar de ‘forma digna’ imigrantes ilegais que vivem hoje no país. No entanto, coloca em prática uma medida que foi bastante utilizada pelo antecessor, Donald Trump.
Em dois anos, foram mais de 1.200 imigrantes do Brasil expulsos do país.
O desembarque de pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos EUA não era aceito pelo Brasil desde 2006. A mudança voltou a ser adotada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em outubro de 2019.
Desde então, foram 22 voos realizados, somando cerca de 1.195 imigrantes brasileiros sem documentos deportados. Com mais este avião, o número subiu para 1.225.
Ainda segundo o Itamaraty, as repartições consulares brasileiras nos Estados Unidos “seguem prestando toda a assistência consular cabível aos cidadãos brasileiros ainda detidos naquele país''. Com informações do Estado de Minas.
