Aumentam mortes de imigrantes na fronteira Estados Unidos-México

650 imigrantes morreram atravessando a fronteira EUA-México em 2021.

Por Arlaine Castro

Imigrantes tentam atravessar partes mais remotas e traiçoeiras do deserto.

Mais imigrantes estão morrendo ao longo da fronteira Estados Unidos-México. Por vários fatores, a travessia tem ficado mais arriscada e mortal.

Pelo menos 650 imigrantes morreram atravessando a fronteira EUA-México em 2021, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações, uma agência das Nações Unidas que monitora a migração.

A Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, que estima as mortes de imigrantes de outubro de 2020 a setembro de 2021 (ano fiscal contado diferente das organizações), informou que 557 imigrantes morreram ao longo da fronteira nesse período.

O número marca uma alta anual de todos os tempos desde que o governo dos EUA começou a relatar mortes na fronteira sul em 1998. A maioria dos condados ao longo da fronteira com os EUA registrou pelo menos uma morte em 2021.

Em janeiro desse ano, 15 corpos foram encontrados no deserto Sonoran, no Arizona. Em 2021, 226 corpos, principalmente falecidos recentemente, foram recuperados, um recorde.

Para a Organização Internacional para as Migrações, "todos os números (mortes de imigrantes) permanecem subcontados". A Alfândega e a Patrulha de Fronteira dos EUA relatam mortes na fronteira, mas apenas se os agentes recuperarem os corpos.

A jornada pela América do Sul, Central e México - ou mais longe, em alguns casos - também está repleta de potencial de violência, incluindo agressão sexual e sequestro. À medida que a presença de agentes patrulhas de fronteira aumentou, os imigrantes adotaram novas rotas de viagem, indo para partes mais remotas e traiçoeiras do deserto, onde têm muito mais probabilidade de morrer do que se seguirem rotas mais frequentadas. A exposição ao calor extremo, frio, desidratação, aranhas ou cobras venenosas, exaustão e lesões são riscos comuns.