Vai se mudar para os EUA? Veja dicas para não "cair em roubada"

Advogada especialista em imigração de brasileiros para os EUA conta as principais ciladas que podem ser prevenidas antes da mudança.

Por Arlaine Castro

Mudar para os EUA requer atenção com documentos e contas bancárias.

Depois de reestruturar toda a vida, investir tempo e dinheiro e finalmente estar com visto de residência ou Green Card na mão, os brasileiros interessados em morar nos EUA podem achar que tudo está resolvido. Até precisarem fazer uma simples transferência bancária ou pagamento online de boleto, por exemplo.

A advogada brasileira Liz Dell'Ome, fundadora da Dell'Ome Law Firm, escritório sediado em Nova Iorque, especializado em imigração para os Estados Unidos, dá algumas dicas porque, afinal, nem só de trâmites legais para vistos é feita uma mudança de vida.

Carteira de vacina atualizada 

Com pandemia ou não, é importante saber o passo a passo para ter em mãos o certificado de saúde. O viajante leva o documento do Brasil, o departamento de saúde local faz o cadastramento e a validação para que todas as informações entrem automaticamente no sistema nacional dos EUA. Dessa forma, o seu histórico de saúde fica registrado e vai sendo atualizado. Mas atenção: na carteirinha de vacinação precisa constar o lote da vacina nos selos. Esse dado é “universal”, e sem isso, muitas vezes não é possível comprovar a veracidade da imunização – seja contra a Covid-19 ou outras doenças.

Procuração

É muito comum que os imigrantes brasileiros deixem o país de origem com algumas pendências. “Às vezes, o visto sai antes do esperado, e o solicitante não teve tempo de vender um imóvel, por exemplo”, comenta a advogada. Por isso, Liz recomenda que seja nomeado um procurador com plenos poderes assim que seu processo de solicitação para o visto ou Green Card avance. “O procurador pode movimentar a conta bancária do interessado, realizando transações financeiras urgentes e até representar a pessoa na assinatura de um contrato de venda de imóvel, por exemplo.”

“GPS” para o banco

Pode parecer exagero em pleno 2022, com tantos avanços tecnológicos. Mas é importante manter seus gerentes sempre informados sobre sua localização. Isso vai permitir que um gerente responsável pela conta, internamente, faça atualizações no sistema do banco para que você possa realizar um simples pagamento, esteja onde estiver. “Dessa forma, você não corre o risco de estar em algum deslocamento e, ao precisar pagar uma conta, o banco não autorizar porque o seu IP está geograficamente alterado, por exemplo”, explica Liz.

Carteira de motorista

Você está de malas prontas e corre ao DETRAN da sua cidade para tirar a carteira de motorista internacional. “Mas nem sempre é preciso. Principalmente se o destino for os Estados Unidos”, comenta Liz. “É preciso se informar sobre as regras do lugar onde se vai morar no país. Mas a CNH brasileira é suficiente no geral, permitindo até o aluguel de carros, por exemplo para estadias curtas”, argumenta Liz. “Se a pessoa vier para os Estados Unidos com um visto de trabalho temporário, que permite um prazo mais extenso de permanência, ou até mesmo com um visto de residência permanente, aí é necessário providenciar a licença para dirigir nos Estados Unidos, válida em todo o território americano”, acrescenta.