Polícia Federal de MG prende 'coiotes' por travessia ilegal que resultou em morte na fronteira EUA-México

Por Arlaine Castro

O brasileiro teria morrido em 2021. Cerca de 200 pessoas migraram ilegalmente para os Estados Unidos com a ajuda da organização criminosa de MG.

A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva em Governador Valadares, na Região do Vale do Rio Doce de Minas, na manhã de terça-feira, 21.

A ação faz parte da operação RELICTA MORI, de combate a crimes de promoção de imigração ilegal, com destaque para os Estados Unidos pela fronteira com o México. A cidade de Governador Valadares e outras vizinhas são conhecidas pelo grande número de habitantes que vão para os EUA de forma ilegal.

Além dos mandados, a Justiça Federal também determinou o bloqueio de ativos financeiros, apreensão e arresto de diversos veículos, imóveis, valores em espécie, bem como de criptoativos destinados à ocultação de valores obtidos ilicitamente.

Segundo a Polícia Federal, a investigação começou depois de familiares de um imigrante, que morreu em 2021 ao tentar fazer a travessia ilegal entre México e Estados Unidos, denunciou o grupo.

A PF comprovou que os investigados foram os responsáveis pela tentativa de travessia e apurou, ainda, que cerca de 200 pessoas migraram ilegalmente para os Estados Unidos com a ajuda da organização criminosa.

Além disso, os policiais afirmaram que várias crianças e adolescentes foram utilizados pela organização como método de entrada no país pelo sistema conhecido como “cai-cai”.

“Foram várias crianças (inclusive bebês) e adolescentes utilizados para o ingresso por meio do já conhecido método “cai-cai”. Neste sistema, as famílias com menores entregam-se às autoridades americanas após cruzarem as fronteiras, pois sabem que irão responder em liberdade pelo ingresso irregular devido ao fato de as crianças não poderem permanecer sozinhas por questões humanitárias”, disse a PF.

De acordo com a PF, o método traz ainda como agravante o aumento no número de casos de sequestro internacional de crianças. “As crianças são ‘alugadas’ pelos coiotes para adultos desacompanhados que pretendam ingressar nos Estados Unidos utilizando o método. Isto implica em evidente risco para os menores”.

Os suspeitos responderão pelo crime de promoção de migração ilegal, envio ilegal de menor ao exterior, além do homicídio. Se condenados, poderão cumprir até 26 anos de prisão.