Menina de 8 anos morre sob custódia da Patrulha de Fronteira no Texas

Por Arlaine Castro

Anadith Reyes, de 8 anos, e sua família estavam detidas em Harlingen, Texas, no Vale do Rio Grande, um dos corredores mais movimentados para passagem de migrantes.

Uma menina de 8 anos do Panamá, nascida com problemas cardíacos, morreu sob custódia da Patrulha de Fronteira (Border Patrol) na quarta-feira, 17. É a segunda morte de uma criança da América Latina sob custódia do governo dos EUA em duas semanas.

Anadith Tanay Reyes Alvarez e sua família estavam detidas em Harlingen, Texas, no Vale do Rio Grande, um dos corredores mais movimentados para passagem de migrantes. A agência controladora da Patrulha de Fronteira, a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (U.S. Customs and Border Protection), tem lutado com a superlotação em suas instalações, estimulada por um grande aumento de migrantes antes do vencimento, na semana passada, do Título 42.

A menina passou mal e os serviços médicos de emergência foram chamados. Eles a levaram para o hospital, onde foi declarada morta, disse a agência. Uma autópsia foi ordenada e o escritório de assuntos internos da Alfândega e Proteção de Fronteiras investigará a morte da menina.

Ela é do Panamá, embora seus pais sejam de Honduras, e viajava com o pai, a mãe e dois irmãos mais velhos, disse o cônsul hondurenho José Leonardo Navas, que mora em McAllen, Texas. Segundo o pai, a menina nasceu com problemas cardíacos e foi operada há três anos no Panamá.

Sua morte ocorre uma semana depois que um menino hondurenho de 17 anos, Ángel Eduardo Maradiaga Espinoza, que viajava sozinho, morreu sob custódia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos na Flórida. Uma investigação foi aberta para apurar a morte. 

Em 10 de maio, um dia antes do término das restrições de asilo relacionadas à pandemia, a Patrulha da Fronteira tinha 28.717 pessoas sob custódia, o dobro de duas semanas antes. No domingo, o número havia caído 23%, para 22.259, ainda considerado alto.

Em seu site, a agência diz que tem uma capacidade máxima de 5.000, embora tenha expandido rapidamente a capacidade nos últimos meses. O tempo médio de migrantes sob custódia da imigração no domingo foi de 77 horas, cinco horas a mais do que o máximo permitido pela política da agência.

Fonte: Associated Press.