Caminhoneiro do sul da Flórida é acusado de tráfico e de trabalho forçado de imigrantes

Por Arlaine Castro

William Alberto Gutierrez, 63 anos, de Doral, é acusado de deter dois imigrantes indocumentados da Nicarágua e forçá-los a trabalhar gratuitamente para ele.

Um caminhoneiro do sul da Flórida é acusado de tráfico e de trabalho forçado de imigrantes indocumentados. Ele foi detido em uma rodovia da Pensilvânia na sexta-feira, 19.

William Alberto Gutierrez, 63 anos, de Doral, é acusado de deter dois imigrantes indocumentados da Nicarágua e forçá-los a trabalhar gratuitamente para ele. Um foi forçado a dirigir o caminhão pelo país e o outro, uma mulher, era forçada a cozinhar e limpar, de acordo com o Departamento de Polícia de Bern Township.

Ligação para o 911

Documentos judiciais afirmam que a vítima fez a ligação para o 911 por volta das 4pm de sexta-feira, enquanto o caminhão viajava pela US 222 no condado de Berks. Os despachantes conseguiram rastrear o telefone e fizeram uma parada de trânsito. O casal estava junto com Gutierrez no caminhão, disse a polícia.

Os imigrantes aproveitaram um momento em que o motorista estava dormindo para fazer a ligação ao 911. O homem disse à polícia que conhecia Gutierrez de sua cidade natal, na Nicarágua, e que o seguia no Facebook.

"Treinamento nos EUA"

Gutierrez teria recrutado as vítimas para fazerem parte de seu “programa de treinamento CDL” nos EUA, prometendo US$ 2.000 por semana. O homem se encontrou com o motorista cerca de um mês antes, na Virgínia, e a mulher no início de abril, segundo a polícia.

“Inicialmente, o relacionamento era bom porque a vítima nº 1 dirigia enquanto o réu conseguia relaxar”, escreveu um detetive da polícia de Bern Township em uma queixa criminal. “A vítima nº 1 dirigia a maior parte do tempo, dormia de 3 a 4 horas antes de dirigir novamente. Para ser claro, a vítima nº 1 não possui nenhum tipo de carteira de motorista, muito menos carteira de motorista comercial."

No entanto, as vítimas começaram a desconfiar quando ficaram sem pagamento e quando Gutierrez mudou o computador de bordo para poder viajar sem ter que fazer paradas. Elas então pediram o dinheiro e para serem libertadas, disse a polícia, mas Gutierrez “não permitiu e ameaçou as suas famílias na Nicarágua, acrescentando que seriam deportadas e não lhes pagou”.

Mesmo durante as entrevistas, a polícia disse que a dupla “ainda estava com medo da deportação, destacando o poder desta ameaça”.

As autoridades da Pensilvânia prenderam Gutierrez sob uma série de acusações, incluindo duas acusações de servidão involuntária, um crime de primeiro grau naquele estado, juntamente com duas acusações de tráfico de indivíduos e falta de pagamento de salários. Ele também enfrenta duas acusações de contravenção por contenção ilegal.

Os dois imigrantes foram detidos pela Imigração e Alfândega e libertados sob fiança.

Fonte: Local 10.