Mesmo com fiança aprovada, jornalista hispânico segue preso por autoridades de imigração nos EUA
Mario Guevara foi detido enquanto cobria protesto na Geórgia e tem sido transferido entre presídios, apesar de ordem judicial para sua soltura
O jornalista salvadorenho Mario Guevara, de 47 anos, segue sob custódia do governo dos Estados Unidos mesmo após um juiz de imigração ter autorizado sua libertação mediante fiança. Guevara foi preso em 14 de junho enquanto cobria um protesto na região metropolitana de Atlanta, na Geórgia, e entregue ao Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) dias depois.
Embora a fiança de US$ 7.500 tenha sido aprovada, a família de Guevara não conseguiu efetivar o pagamento online e, ao tentar fazer o pagamento presencialmente, foi informada de que o ICE não o aceitaria. Segundo o advogado Giovanni Diaz, há indícios de que diferentes jurisdições estão colaborando para manter o jornalista detido.
Guevara, conhecido por sua cobertura sobre imigração e fundador do site MG News, vive há duas décadas nos EUA e tem permissão para trabalhar e residir no país. Ele possui um processo de solicitação de green card em andamento, patrocinado por seu filho cidadão americano. Um processo de imigração anterior havia sido arquivado há mais de 10 anos.
Após a concessão da fiança, Guevara foi transferido entre pelo menos quatro instituições diferentes, sendo detido até esta terça-feira em uma instalação federal em Atlanta. O ICE argumenta que ele representa ameaça à comunidade, mesmo após o juiz considerar que não há indícios disso.
O vídeo de sua prisão mostra Guevara usando colete com a identificação “PRESS” e dizendo repetidamente a um policial que era membro da imprensa. Ele estava com outros jornalistas e não havia sinal de tumulto no local. As acusações originais foram de reunião ilegal, obstrução à polícia e estar a pé em via pública, mas foram posteriormente retiradas pela Promotoria do Condado de DeKalb, que considerou não haver provas suficientes para seguir com o processo.
O caso gerou indignação entre grupos de defesa da liberdade de imprensa e ativistas de direitos civis. Além disso, novos mandados de prisão por infrações de trânsito, supostamente ocorridas semanas antes da prisão, foram emitidos após sua detenção, algo classificado como “muito incomum” por seu advogado.
Fonte: NBC