Companhias aéreas registram queda em reservas por conta de repressão migratória nos EUA

Empresas apontam políticas mais duras de imigração no governo Trump como fator de redução na procura por voos internacionais

Por Lara Barth

Avião

Companhias aéreas internacionais têm relatado queda na demanda por viagens de e para os Estados Unidos, atribuída às políticas migratórias mais rígidas e ao aumento das fiscalizações em fronteiras durante o segundo mandato de Donald Trump. Desde janeiro, cresceram os relatos de detenções, deportações e interrogatórios de visitantes estrangeiros e até portadores de visto norte-americano, além da inspeção de celulares e laptops por agentes da Customs and Border Protection (CBP).

Entre as empresas afetadas, a Turkish Airlines informou que passageiros estão adiando viagens devido ao maior escrutínio. A Volaris, do México, também observou impacto na procura, enquanto a Air France-KLM reportou queda de passageiros em conexão vindos da Índia e da África. Já a Delta anunciou redução de capacidade em rotas para Canadá e México, diante da baixa demanda.

Segundo advogados de imigração, clientes estão evitando viagens aos EUA ou transferindo compromissos para outros países, com receio de detenção, recusa de entrada ou apreensão de dispositivos. O National Travel and Tourism Office registrou queda de 3,4% no número de visitantes internacionais em junho, e o World Travel and Tourism Council (WTTC) estima perdas de até US$ 12,5 bilhões em gastos de turistas neste ano.

Especialistas alertam que a situação pode gerar efeito cascata: com a diminuição da procura, companhias tendem a reduzir rotas, cortar serviços e, assim, enfraquecer suas marcas. O WTTC adverte que, sem ação imediata para restaurar a confiança dos viajantes, os EUA podem levar anos para retomar o nível de gastos de antes da pandemia.

Fonte: Newsweek