Imigração para os EUA cai pela primeira vez em 50 anos em meio à repressão de Trump, aponta estudo

Número de imigrantes recua de 53,3 milhões para 51,9 milhões; especialistas alertam para impacto econômico e risco de escassez de mão de obra

Por Lara Barth

Restrição a pedidos de asilo diminui vertiginosamente o número de imigrantes cruzando a fronteira nos últimos meses

Pela primeira vez em mais de meio século, o número de imigrantes que deixam os Estados Unidos superou o de recém-chegados, segundo análise do Pew Research Center baseada em dados do censo. Entre janeiro e junho, a população nascida no exterior caiu de 53,3 milhões para 51,9 milhões. O recuo é atribuído às políticas mais duras do presidente Donald Trump em seu segundo mandato, incluindo operações em massa de deportação e restrições severas a pedidos de asilo.

A administração Trump comemora os números como sinal de que sua promessa de endurecer o controle migratório está sendo cumprida. Já críticos alertam que a tendência pode afetar a economia americana, especialmente diante do envelhecimento populacional e da queda na taxa de natalidade. Em 2023, 33 milhões de imigrantes faziam parte da força de trabalho, incluindo cerca de 10 milhões de indocumentados, representando 19% da mão de obra nacional.

Especialistas da Universidade da Califórnia ressaltam que os EUA precisarão cada vez mais de trabalhadores imigrantes para sustentar setores-chave da economia. Eles lembram que, historicamente, o país alterna ciclos de expulsão e reabertura para mão de obra estrangeira, como ocorreu na Grande Depressão e com o programa bracero, durante a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto defensores da redução migratória veem o recuo como um "avanço", especialistas alertam que, se persistir, a queda poderá pressionar salários, elevar preços e obrigar o próprio governo a adotar programas de trabalhadores convidados para suprir a demanda.

Fonte: LA Times