Voos de deportação batem recorde nos EUA enquanto companhias tentam ocultar operações, dizem ativistas

Uso de códigos falsos e bloqueio de dados dificulta rastreamento, mas grupos de direitos humanos seguem monitorando

Por Lara Barth

EUA deporta brasileiros

Ativistas denunciam que companhias aéreas contratadas pelo governo dos Estados Unidos para realizar deportações estão ocultando dados de voos ao usar call signs falsos e bloquear números de cauda em sites de rastreamento. A medida coincide com um recorde histórico de deportações sob o governo Trump, que em julho registrou 1.214 voos, segundo o monitor independente Tom Cartwright. Desde o início do segundo mandato de Trump, foram 5.962 voos — um aumento de 41% em relação a 2024.

A maioria das operações é feita por GlobalX, Eastern Air Express e Avelo Airlines, levando imigrantes para transferências em aeroportos nos EUA ou para países da América Central e México. Alguns voos militares também têm sido usados, com destaque para Guantánamo Bay, em Cuba. Em Seattle, o grupo La Resistencia acompanha pousos no aeroporto de King County graças a câmeras instaladas pelo condado, que transmitem imagens de imigrantes algemados embarcando sob forte vigilância.

Embora as companhias possam bloquear dados legalmente, ativistas afirmam que o objetivo é impedir a transparência e dificultar a identificação de operações ligadas ao ICE. O projeto “ICE Flight Monitor”, da ONG Human Rights First, assumiu o rastreamento dos voos após Cartwright encerrar sua atuação.

Fonte: Click Orlando