Juíza bloqueia deportação de crianças migrantes guatemaltecas já embarcadas em aviões

Decisão emergencial impede envio de menores desacompanhados sem ordem judicial de deportação

Por Lara Barth

Mais de 500 brasileiros já foram deportados desde o início do ano

Uma juíza federal nos EUA suspendeu no domingo (17) um plano do governo Trump que previa a deportação de dezenas de crianças migrantes desacompanhadas da Guatemala, algumas já a bordo de aviões prontos para decolar do Texas. A decisão de Sparkle Sooknanan, da Corte Distrital, estabelece que nenhum menor pode ser deportado sem ordem formal de deportação emitida pela Justiça.

O Departamento de Justiça confirmou que 76 crianças seriam enviadas a Guatemala, mas que a operação foi interrompida após a ordem judicial. Os menores foram retirados dos aviões e devolvidos à custódia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), responsável por abrigar migrantes até encontrarem patrocinadores ou completarem 18 anos.

Advogados acusam a administração Trump de tentar deportar mais de 600 crianças sem respeitar a Lei de Reautorização de Proteção às Vítimas de Tráfico, que garante audiência e pedido de proteção humanitária para menores não acompanhados vindos de países fora do México. O governo alega que se tratava de “repatriação” para reunir os jovens com parentes.

A decisão tem validade inicial de 14 dias, mas pode ser estendida conforme o andamento do processo. Especialistas alertam que muitas dessas crianças ainda possuem casos de imigração pendentes e poderiam enfrentar abuso ou perseguição se retornassem à Guatemala.

Fonte: CBS