Trump ofereceu permanência a imigrantes sul-coreanos presos em fábrica da Hyundai, mas só um aceitou

Presidente dos EUA queria que trabalhadores estrangeiros treinassem americanos; operação do ICE prendeu 475 imigrantes na Geórgia.

Por Lara Barth

475 imigrantes são detidos em megaoperação da ICE em complexo da Hyundai na Geórgia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu aos imigrantes sul-coreanos detidos em uma fábrica da Hyundai a possibilidade de permanecer no país para treinar trabalhadores americanos. No entanto, apenas um deles aceitou a proposta, segundo informações da agência Reuters desta quinta-feira (11).

A oferta teria atrasado em um dia o voo que levou a maioria dos sul-coreanos de volta ao país de origem. O presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, afirmou que os procedimentos de partida precisaram ser interrompidos para que as autoridades avaliassem a sugestão de Trump. Ainda segundo a Reuters, o chanceler Cho HJyun recomendou que os trabalhadores retornassem para casa para depois decidirem se desejariam voltar aos EUA.

A megaoperação do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), realizada na última quinta-feira (4), deteve 475 pessoas em uma fábrica de carros elétricos da Hyundai, na Geórgia, sendo cerca de 300 cidadãos sul-coreanos. Imagens divulgadas pelo governo americano mostraram agentes conduzindo os trabalhadores algemados, alguns com coletes identificados com as marcas Hyundai e LG CNS. Dois chegaram a se esconder em um lago antes de serem localizados.

Segundo o governo Trump, todos os detidos estavam trabalhando ilegalmente, em desacordo com o tipo de visto que possuíam. A operação, considerada a maior da história do Departamento de Segurança Interna em número de presos de uma só vez, integra a política de endurecimento migratório adotada por Trump desde o início de sua gestão.

O episódio pode aumentar tensões diplomáticas entre Washington e Seul, que já discutem detalhes de um acordo comercial bilionário envolvendo US$ 350 bilhões em investimentos sul-coreanos nos Estados Unidos.

Fonte: G1