EUA intensificam triagem de imigrantes nas redes sociais em busca de atividades "antiamericanas"

Nova diretriz do governo Trump prevê que manifestações consideradas "além do aceitável" possam influenciar pedidos de visto e residência permanente

Por Lara Barth

O governo americano adotou a medida para conter o avanço da tuberculose em comunidades densamente povoadas, especialmente aquelas que recebem grandes números de imigrantes.

O governo dos Estados Unidos passou a investigar as redes sociais de candidatos a benefícios de imigração legal, como parte de uma iniciativa da administração Trump para identificar postagens e comportamentos classificados como “antiamericanos”. Segundo Joseph Edlow, diretor do Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS), o processo envolve uma “triagem de mídia social” voltada a solicitantes de green cards e outros vistos.

Uma diretriz emitida em agosto determina que posições e atividades consideradas “antiamericanas” sejam tratadas como um fator “altamente negativo”, podendo levar à rejeição do pedido. Edlow afirmou que o foco são indivíduos que apoiam ideologias terroristas ou promovem a violência contra os EUA, mas negou que a medida restrinja discursos protegidos pela Constituição.

Críticos acusam o governo de usar a lei de imigração para punir estrangeiros por opiniões políticas legítimas. Casos recentes, como o de um ativista palestino residente legal que participou de protestos em universidades americanas, levantaram questionamentos sobre possíveis violações da Primeira Emenda.

Além da nova triagem, o USCIS vem reforçando a investigação de fraudes e restabelecendo práticas de checagem presencial, como visitas a vizinhos de candidatos à cidadania. Edlow defendeu as mudanças, dizendo que o objetivo é tornar o sistema “mais rigoroso, mas também mais eficiente”.

O futuro do programa DACA, que protege cerca de meio milhão de imigrantes trazidos ilegalmente na infância, ainda está indefinido. Edlow reconheceu que a administração Trump “ainda discute internamente” o destino da política, cuja legalidade segue em disputa nos tribunais.

Fonte: CBS