Trump intensifica ataques a imigrantes somalis e diz que não quer "essas pessoas" nos EUA
Presidente chama somalis de "lixo", afirma que o país "fede" e amplia ofensiva retórica contra a comunidade; autoridades e opositores rebatem.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra imigrantes da Somália nesta terça-feira (2), afirmando que alguns deles são “lixo” e dizendo que o país africano “fede”. As declarações se somam a uma série de ataques recentes contra a diáspora somali, que vive no país desde os anos 1990, especialmente em Minnesota. Trump não distinguiu cidadãos americanos de imigrantes ao fazer as afirmações.
As falas ocorreram poucos dias após seu governo suspender todos os pedidos de asilo, medida tomada após o ataque que matou uma militar da Guarda Nacional em Washington. Embora o suspeito seja um afegão, o episódio tem sido usado por Trump para ampliar críticas a imigrantes de várias nacionalidades, incluindo somalis. “Eles não contribuem em nada. Não quero eles no nosso país”, disse em reunião de gabinete. “O país deles fede, e não queremos essas pessoas aqui.”
Os ataques aumentaram após alegações sem provas, divulgadas por um ativista conservador, de que recursos desviados em Minnesota teriam financiado o grupo extremista al-Shabab. Trump também prometeu nas redes sociais enviar somalis “de volta para onde vieram” e sugeriu que Minnesota é “um centro de lavagem de dinheiro”.
O presidente afirmou ainda que pretende encerrar o status de proteção temporária concedido a somalis, apesar de relatório entregue ao Congresso indicar que apenas 705 pessoas têm essa classificação no país. Durante o mesmo evento, Trump atacou a deputada democrata Ilhan Omar, chamando-a de “lixo”. Omar nasceu na Somália, cresceu em um campo de refugiados no Quênia e migrou para os EUA em 1995.
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, criticou duramente as declarações, destacando que a comunidade somali fortalece a cidade ao abrir negócios, gerar empregos e enriquecer a diversidade cultural. Frey afirmou que criminalizar um grupo inteiro “contraria valores americanos” e levanta “questões constitucionais sérias”.
Fonte: G1