Governo Trump amplia suspensão de processos migratórios para pessoas de mais 20 países
Medida atinge pedidos de imigração legal e amplia efeitos do novo decreto de restrições de viagem
O governo dos Estados Unidos ampliou a suspensão de processos de imigração legal para incluir pessoas de mais 20 países recentemente adicionados ao decreto de restrições de viagem do presidente Donald Trump, segundo informou à CBS News um funcionário do governo com conhecimento direto da decisão. A medida afeta principalmente imigrantes oriundos da África e da Ásia.
A decisão intensifica a ofensiva do governo Trump contra a imigração legal, ampliada neste mês. Muitos dos afetados estão legalmente nos EUA e tentam mudar seu status migratório ou obter a cidadania americana.
No início de dezembro, o governo já havia ordenado ao Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) a suspensão total de todos os pedidos migratórios — incluindo solicitações de residência permanente e cidadania — feitos por cidadãos de 19 países atingidos pela primeira versão do chamado travel ban, anunciada em junho.
A medida foi adotada após o ataque a tiros contra dois soldados da Guarda Nacional em Washington, durante a semana do feriado de Ação de Graças. O suspeito é um cidadão afegão. Desde então, o governo também suspendeu decisões sobre pedidos de asilo analisados pelo USCIS e o processamento de vistos e solicitações migratórias de afegãos.
Nesta semana, Trump ampliou o decreto para mais 20 países, impondo proibição total de entrada a cinco deles — Burkina Faso, Mali, Níger, Sudão do Sul e Síria — e restrições parciais a outros 15, entre eles Angola, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Segundo o funcionário ouvido pela CBS News, o USCIS passou a estender automaticamente a suspensão dos processos migratórios também aos cidadãos desses novos países incluídos no decreto.
Em publicação nas redes sociais, o diretor do USCIS, Joseph Edlow, indicou a ampliação da medida ao afirmar que a agência está conduzindo “uma revisão abrangente de qualquer pessoa, de qualquer lugar, que represente uma ameaça aos EUA”.
Com a nova decisão, o decreto de Trump passa a afetar cidadãos de mais de 60% dos países africanos e cerca de 20% de todas as nações do mundo**. O presidente afirma que as restrições visam proteger a segurança nacional, enquanto críticos classificam a política como discriminatória, por atingir majoritariamente países da África e da Ásia.
Fonte: CBS