Imigrante com antecedentes é preso após ser atropelado na FL

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_145844" align="alignleft" width="300"] Imagem: vídeo 23 News.[/caption]

Um ciclista hondurenho indocumentado de 31 anos, Marcos Antonio Huete, foi detido por agentes do Border Patrol e aguarda deportação após ter sido atropelado por um carro a caminho do trabalho em Key West (FL).

O atropelamento aconteceu no dia 27 de abril e a cena, registrada pela câmera do policial que o atendeu, mostra o oficial indagando sobre o status de imigração do hondurenho antes de lhe oferecer assistência médica.

Ainda deitado na calçada ao lado de sua bicicleta depois de ser atingido, Huete responde ao xerife do condado de Monroe que lhe pergunta insistentemente sobre o seu status imigratório. “Você é um cidadão legal ou não, fala inglês, tem carteira de identidade, passaporte, visto, ou o quê?”, pergunta, de acordo com o vídeo.

Horas após o acidente, Huete deixou o hospital com muletas, e de acordo com sua irmã, Olga Huete, um policial disse-lhes para voltarem ao local do acidente. "Ele não nos disse o porquê, mas voltamos porque meu irmão não havia feito nada, não tínhamos motivo para fugir", declarou.

Uma vez no local, Huete foi multado em $75 dólares por um oficial do Florida Department of Highway Safety and Motor Vehicles (FHP) por ter causado o acidente. De acordo com o relatório policial, ele obstruiu o trânsito ao “entrar na frente" da caminhonete quando esta virou à direita em um cruzamento. O oficial decidiu que o motorista, uma mulher Key West de 45 anos, não tinha culpa e a liberou, classificando a gravidade da lesão de Huete como "possível". O hondurenho foi então enviado para o Krome Detention Center, perto de Miami, onde está há quase um mês aguardando a possível deportação.

Para Olga Huete, embora não sejam legalizados no país, as autoridades cometeram uma injustiça ao culpar seu irmão que foi vítima de um acidente, no qual, a mulher que dirigia a caminhonete foi dispensada "como se não fosse nada", apontou. "O fato de não termos papeis não significa que não temos direitos", disse. Porém, além de indocumentado, Huete enfrenta acusações criminais por ter entrado novamente nos Estados Unidos depois de ser expulso e tem uma ordem de deportação em aberto desde 2010. Por isso, ele está sendo mantido no Krome Detention Center enquanto aguarda o processo para sua remoção.

O caso ganhou atenção devido ao tratamento que o hondurenho recebeu do agente policial. O vídeo parece mostrar que uma ambulância só é chamada depois que um segundo oficial lhe pergunta em espanhol se ele precisa de cuidados médicos.

“Pedir o status de imigração a uma pessoa depois de ser atingido por um carro ofende a sensibilidade aos direitos humanos e é muito contraproducente para a aplicação da lei eficaz", afirma Howard Simon, diretor executivo do American Civil Liberties Union (ACLU) da Flórida.

Em comunicado à Univision, a Border Patrol alegou que a FHP se comunicou com seus agentes "para auxiliar na identificação do sujeito”. No entanto, ele diz que essa comunicação entre as agências é "rara".

Em resposta, o Monroe Sheriff's Office disse ao canal News 23 que não tem "nenhuma política oficial" para notificar as pessoas que acreditam que podem estar ilegalmente no país, mas os agentes imigratórios apareceram e pediram para ver os documentos de Huete, por suspeitarem de se tratar de um indocumentado.

Com informações de Univision.