Imigrante de caravana na fronteira dos EUA acusa governo de discriminação

[caption id="attachment_165632" align="alignleft" width="351"] Imigrantes entram para pedir asilo no prédio do CBP em Tijuana. Foto: Reuters.[/caption] Uma mulher que estava entre os 18 imigrantes capturados na última semana ao norte da fronteira EUA-México, com quatro crianças pequenas, foi detida e separada das crianças ao pedir asilo no posto de entrada de San Ysidro, em San Diego (CA). Agora, Olga George, acusa o governo de discriminação por não aceitar o seu pedido de asilo, processá-la pelas leis de imigração dos EUA de tentativa de entrada ilegal e separá-la dos filhos. Natural de Honduras, a imigrante estaria junto com a caravana que chegou há duas semanas na fronteira e queria reivindicar asilo nos Estados Unidos alegando ser vítima de violência doméstica no país de origem, de acordo com o processo judicial de seus advogados. Entretanto, foi capturada e levada ao posto onde iria solicitar o asilo, onde foi então separada de seus filhos e levada sob custódia sob acusação de crimes federais. George e os outros 17 estrangeiros foram presos na semana passada pela Patrulha da Fronteira em uma área conhecida como Goat Canyon, a cerca de seis quilômetros a oeste do Porto de San Ysidro, onde mais de 200 migrantes da caravana tentam o pedido de asilo, de acordo com os documentos. De acordo com os advogados, o grupo detido por agentes da Patrulha da Fronteira incluía três cidadãos indianos, mas apenas os cidadãos da América Central foram acusados. Totalizam 11 casos de acusações do tipo de George. No início da última semana, o presidente Donald Trump declarou que "A caravana imigrante que está desafiando abertamente nossa fronteira mostra como as leis de imigração dos EUA são frágeis e ineficazes". Para os advogados de George e dos outros detidos, o comentário do presidente evidencia o alvo das detenções com base em sua nacionalidade. "É claro, dada a ênfase do presidente e do procurador-geral em dissuadir e punir pessoas da América Central que faziam parte da caravana”, e citaram as declarações públicas de Jeff Sessions, procurador-geral dos EUA e Trump no processo. Eles também observam que a política de "tolerância zero" para entrada ilegal nos EUA anunciada por Trump e Sessions significa que todos os indivíduos capturados serão encaminhados para julgamento. Não há registro claro dos membros indianos do grupo que estão sendo processados ??em bancos de dados do governo. De acordo com a declaração do agente da Patrulha da Fronteira, George não tinha nenhum registro criminal conhecido ou delitos anteriores de imigração, e expressou o desejo de pedir asilo porque foi vítima de violência doméstica. Mas os documentos do tribunal dizem que ela foi considerada elegível para processo e, portanto, acusada, e não há nenhum registro de sua reivindicação de asilo sendo processada ainda. Como faz parte da política imigratória, por estar respondendo a processo, ela foi separada de seus filhos, que deveriam ser dados a uma amiga da família. "O governo não pode escolher quem processar com base na suposta origem nacional. Mas é o que está acontecendo", escreveram os advogados. Leia mais sobre a chegada da caravana na fronteira em Caravana de imigrantes da América Central chega à fronteira México-EUA para pedir asilo