Imigrantes fazem manifestações históricas de costa a costa

Por Gazeta Admininstrator

Pelo menos 500 mil pessoas fizeram passeata nesse último sábado, em Los Angeles, para pedir ao Congresso que abandone o projeto legislativo que transformaria em crime a permanência de milhões de imigrantes indocumentados no país.

O grande protesto, o maior já efetuado recentemente, nos Estados Unidos, percorreu o centro de Los Angeles sendo realizado um dia depois de uma série de manifestações em outras cidades do País. O chefe da Polícia local, Louis Gray Jr, disse que o cálculo de manifestantes foi feito com o auxílio de um helicóptero que sobrevoou a região.

Inúmeros participantes vestiam camisetas brancas como símbolo de paz, e portavam bandeiras norte-americanas. Alguns levavam bandeiras do México e de outros países.
Em Dener a polícia disse que aproximadamente 50 mil pessoas reuniram-se no sábado (25) no Civic Center Park, próximo à sede do Congresso de Colorado, para rechaçar a resolução que apóia a intenção de submeter à votação, uma medida que negaria inúmeros serviços governamentais a imigrantes indocumentados naquele estado.
Em Los Angeles, cerca de 2,7 mil estudantes, de pelo menos oito escolas secundárias, abandonaram as salas de aula, enquanto em Phoenix a polícia estimou a participação de 20 mil pessoas na passeata da semana passada.

Em Phoenix, os manifestantes reuniram-se em frente ao gabinete do senador republicano John Kyl, co-autor do projeto-de-lei que intensificaria a vigilância de fronteira e criaria um programa de trabalhadores temporários, que obrigaria aos indocumentados a deixar o país após permanência durante cinco anos.
A passeata, que segundo as autoridades locais foi uma das maiores da história de Phoenix, interrompeu o trânsito nas princiapais avenidas da cidade.

Na Georgia, ativistas disseram que dezenas de milhares de trabalhadores não compareceram ao trabalho em repúdio a um projeto de lei que a Câmara dos Representantes do estado aprovou na semana passada, para negar serviços a adultos indocumentados e impor um encargo de 5% nas trasnferências eletrônicas de dinheiro feitas por indocumentados.

Bush pede compreensão com os imigrantes
O presidente dos EUA, George W. Bush, convocou o Senado a deixar de lado os sentimentos contra os imigrantes. A declaração coincidiu com o início no Senado do debate sobre a polêmica reforma do sistema migratório do país. “Ninguém deve jogar com os medos das pessoas ou enfrentar a uns com outros, porque os imigrantes não só não são uma ameaça para a identidade dos EUA, como contribuíram para a construção deste país, disse Bush na segunda-feira (27) em uma cerimônia de nacionalização de 30 imigrantes procedentes de 20 países dos cinco continentes.

Durante o discurso, Bush ressaltou a importância do trabalho imigrante. “Ninguém deveria dizer que os imigrantes são “um ônus para nossa economia” porque, ao invés, o que fazem é contribuir para o seu desenvolvimento”, prosseguiu.

A reforma migratória, segundo Bush, seria mais “racional, ordenada e segura” com um programa de trabalhadores hóspedes, que qualificou como vital para garantir a segurança na fronteira.
O presidente reconheceu, no entanto, que o debate que se inicia na Câmara Alta sobre a política migratória “não será fácil” e requererá decisões difíceis e compromissos. Esse debate é necessário, segundo Bush, para conseguir “uma reforma de imigração integral” que deve levar em conta três aspectos fundamentais: a necessidade de garantir a segurança fronteiriça, o cumprimento das leis no interior do país e o programa de trabalhadores temporários. O programa permitiria que os indocumentados legalizassem sua situação mas só de forma temporária, enquanto realizassem um trabalho que os norte-americanos não queiram fazer.
Segundo o presidente, o programa de trabalho temporário é uma espécie de “canal legal” temporário e separado dos habituais procedimentos hoje exigidos para dar concessão da cidadadania norte-americana.

Bush recusou os argumentos da oposição que considera o programa uma espécie de anistia encoberta, e assegurou que não tem nada que ver com isso. Uma anistia seria “injusta”, disse, para as mi-lhares de pessoas que seguem as regras do jogo e esperam há anos para conseguir a nacionalidade americana.
O presidente aproveitou a ocasião para convocar de novo os congressistas que vão debater a reforma a que o façam de maneira civilizada e “digna”.

A maioria dos cerca de 12 milhões de indocumentados que vivem nos EUA são de origem hispana, sobretudo do México, país para onde viajará Bush esta semana para abordar este e outros assuntos com o presidente mexicano, Vicente Fox, numa reunião tripartite que também contará com a participação do premiê canadense, Stephen Harper.