Imigrantes ilegais passam por mexicanos para não serem deportados.

Por Gazeta Admininstrator

Hispânicos não mexicanos que entram nos Estados Unidos ilegalmente estão estudando a história e a geografia do México, e até aprendendo a assobiar o hino nacional, para vencer os planos dos EUA de os mandar de volta para casa.

Como parte de uma proposta para revisar as leis de imigração e reforçar a segurança na fronteira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, prometeu, na semana passada, aumentar a deportação de imigrantes ilegais de países que não o México pegos atravessando a fronteira dos EUA.

Os mexicanos, que somaram a maioria dos quase 1,2 milhão de imigrantes detidos atravessando ilegalmente a fronteira em 2005, recebem uma vistoria em sua ficha criminal e são mandados de volta para o país, normalmente dentro de um dia. Muitos tentam atravessar a fronteira de novo imediatamente.

Mas os chamados "Outros que não mexicanos", ou OTM (na sigla em inglês), imigrantes ilegais principalmente da América Central, são enviados para seus países de origem, a quilômetros de distância, o que acaba com o sonho de entrar nos Estados Unidos e levar uma vida melhor. Muitos, então, fingem ser mexicanos.

"Nós ouvimos que poderíamos ser mandados de volta para os nossos países, então muitos estão tentando se passar por mexicanos", disse Jorge Alberto Carvajal, 38, de Honduras, que estava junto a um grupo de migrantes da América Central, do lado de fora de um abrigo na sufocante cidade sulista de Laredo, Texas.

"Muitos estão aprendendo o hino nacional mexicano e os nomes dos Estados, e até o nome dos governantes estaduais", disse Carvajal, um antigo comerciante de rua da cidade de San Pedro Sula.

Migrantes da América Central dizem que sua jornada em direção ao norte através do México para a fronteira com os EUA é tão dura que eles estão dispostos a mentir para os agentes norte-americanos sobre sua nacionalidade para evitar serem mandados de volta.

"Eu sofri muito na viagem de trem. Estava com sede e fome, e tinha de dormir em estábulos com animais", disse José Posadas, 34, da Gautemala e pai de cinco, enquanto se preparava para atravessar o Rio Grande para McAllen, no Texas, a 220 km leste de Nuevo Laredo.