Imigrantes que não conseguiam escritura fazem acordo

Por Gazeta Admininstrator

Por: Letícia Kfuri.

Três semanas após o Gazeta publicar denúncia de que a empresa Tonziro Empresarial, com sede em Minas Gerais, teria vendido imóveis sem escritura e sem “habite-se”, em Porto Seguro na Bahia, para um grupo de brasileiros residentes nos EUA e na Europa, o problema apa-rentemente foi resolvido.

O titular da empresa, Evaldo Antonio de Souza, encaminhou à redação do Gazeta dois documentos firmados em cartório, no Brasil, assinados por dois dos proprietários lesados ouvidos pelo jornal, afirmando não terem mais nenhuma reclamação contra a Tonziro Empresarial.
Alguns dos imóveis nos condomínios Jerusalém I, Jerusalém II e Mont Sinai, de acordo com as denúncias, foram quitados em 2002, e desde então seus proprietários tentavam, sem sucesso, conseguir as escrituras definitivas.

Procurados novamente pela reportagem do Gazeta, o morador da Flórida Adilson Ribeiro Júnior, e a moradora de Basel, na Suiça, Licilene Eggenberger, que assinaram os documentos em cartório, confirmaram que, após a publicação da reportagem, receberam ofertas de acordo por parte da Tonziro Empresarial para regularizar a situação dos imóveis. “Estou satisfeito com o acordo que fizemos. A Tonziro cumpriu o acordo e está providenciando toda a documentação, em função da reportagem que vocês fizeram. Creio que eles se conscientizaram de que têm que dar a documentação para todos, e para mim esse é um final muito feliz”, afirmou Adilson Ribeiro Júnior.

Licilene Eggenberg, que deixou sua casa, marido e filhos na Suíça, e foi para Porto Seguro há cerca de um mês para lutar pela emissão da escritura de seu imóvel, afirma que não vai embora enquanto não receber toda a documentação. “Assinei o documento e estou dando um crédito de confiança a ele (Evaldo Antonio de Souza). Ele me pediu dois meses de prazo para resolver, e prometeu que vai emitir a escritura definitiva. Sei que ele não tem como fazer isso de um dia para o outro e, por isso, dei um prazo para ele ficar tranqüilo para resolver. Ele afirma que em 15 dias sai a fração ideal do terreno, e em dois meses a escritura”, disse Licilene.

Mais uma vez procurado pela reportagem do Gazeta, Evaldo Antonio de Souza disse que somente se pronunciaria por escrito, por intermédio de seu departamento jurídico. Até a data do fechamento desta edição as perguntas encaminhadas à ele por e-mail, não haviam sido respondidas.