Imparcialidade

Por Gazeta Admininstrator

Jornalismo é, muitas vezes, uma atividade das mais ingratas. Primeiro porque cada notícia é como uma “faca de dois ou múltiplos gumes”, o que quer dizer que sempre haverá uma parcela dos leitores, nem que seja uma família, um indivíduo, que se considerará “ofendido” ou “atingido” pela notícia que o desagrada.

Hoje em dia muita gente – formada ou analfabeta – que se auto-intitula “jornalista” quando na verdade não possui nenhuma qualificação profissional, técnica ou histórica para sequer pleitear esse título. Em nossa comunidade brasileira, por exem-
plo, há muitos que se dizem “jornalistas”, mas que na verdade norteiam o que escrevem ou publicam de acordo com os interesses comerciais ou particulares.

O Gazeta Brazilian News é um jornal editado por jornalistas, formados, históricos, responsáveis e conscientes de que a credibilidade de um veículo de comunicação está na sua imparcialidade. Palavrinha bonita e fácil de ser dita, mas tão difícil de ser exercida.
Imparcialidade significa dar o direito aos dois ou mais lados de uma mesma notícia, serem ouvidos.

Imparcialidade significa nunca privilegiar “A” em função de “B” só porque o “B” é um empresário poderoso, um político importante ou uma celebridade qualquer.
Imparcialidade significa dar a notícia, positiva ou negativa, da forma mais transparente possível, ouvindo as partes envolvidas, procurando expor os fatos e deixar que as conclusões sejam do leitor, da opinião pública.

Na edição passada do Gazeta, a publicação dos fatos policiais envolvendo um conhecido – e por muitos querido – empresário brasileiro do Sul da Flórida, gerou controvérsias. Enquanto algumas pessoas próximas do referido empresário se dispuseram a “caçar e destroçar” exemplares do nosso jornal pela cidade, uma quantidade infinitamente maior de leitores solidarizou-se com o Gazeta, louvando a imparcialidade do jornal em dar a notícia, independentemente do “status” do empresário.

Sim, o empresário em questão foi anunciante do Gazeta desde o início da publicação.
Sim, o empresário em questão tinha um bom relacionamento empresarial e até de certo nível de amizade com a empresa e seus diretores.

Sim, o empresário em questão é querido por muita gente em nossa comunidade.
Tudo acima é verdade. Como é verdade também que, por circunstâncias que não cabe ao Gazeta julgar ou analisar, o empresário em questão está sendo acusado de crimes e, por esta razão, está arrolado numa situação que, indiscutivelmente, o torna uma notícia.
E se é notícia, tem que ser publicada. Deve ser noticiada , porque é direito dos leitores ter acesso à informação verdadeira e correta, para que possam formar sua própria opinião.
Nada é mais difícil para uma publicação “de comunidade” do que manter a imparcialidade.
Num mercado onde a “mídia de simpatia e de conveniência” domina boa parte das relações entre clientes e veículos, a preocupação maior de muitos veículos é, simplesmente, “manter o anunciante feliz”. Para isso são capazes de esconder qualquer coisa ou, somente, publicar o que é “inofensivo”. Isso não é jornalismo. Isso é perfumaria, e da pior qualidade. Este não é, e nem nunca será, o perfil do Gazeta.

O Gazeta prefere perder um cliente do que a credibilidade que obteve nesses 15 anos de trajetória, e que o tornou um dos mais importantes veículos de comunicação brasileiros nos Estados Unidos.

Ninguém gosta de perder clientes. Especialmente em tempos de crise onde a mídia precisa fazer malabarismos incríveis para sobreviver. Mas é preciso mais do que sobreviver e garantir o “pão de cada dia”. É preciso sobreviver com decência, dignidade e respeito ao leitor.
É exatamente por isso que alguns veículos crescem e se mantêm, enquanto outros , ou desaparecem ou naufragam na lama de sua mediocridade comprometida com os interesses, às vezes mesquinhos, do “departamento comercial”.

Queremos agradecer de forma muito intensa e sincera as demonstrações de solidariedade de um grande número de leitores que entraram em contato com o Gazeta parabenizando nossos profissionais pelo trabalho, e aos nossos colegas da mídia comunitária brasileira tanto no Sul da Flórida quanto de outras regiões do País. Os nossos colegas que professam o mesmo empenho pela imparcialidade, e se sentem comprometidos com a verdade, doa a quem doer.