Implante pode permitir que surdos ouçam música

Por Gazeta Admininstrator

Cientistas estão desenvolvendo um implante para a cóclea, parte interna do ouvido, que pode permitir que pessoas portadoras de surdez possam ouvir música.
Implantes usados atualmente permitem apenas a audição de palavras, mas não de música.

Uma equipe no Laboratório Físico Nacional da Grã-Bretanha desenvolveu um dispositivo que opera em uma freqüência mais ampla, o que permitiria ouvir música.

Segundo reportagem da revista científica New Scientist o implante pode ser colocado dentro do ouvido, os implantes atuais são colocados atrás da orelha, em uma pequena caixa.

Eletrodos

A cóclea, parte anterior ao labirinto que fica dentro do ouvido, contém um liquido e pelos, que vibram, em resposta a algum som.

Estes pelos podem parar de vibrar, o que levaria à surdez. Pode ocorrer em qualquer idade, mas pode ser uma situação extremamente difícil em crianças, pois afeta sua habilidade de progredir na escola e se comunicar com outras crianças.

Os implantes para a cóclea em uso atualmente envolvem a colocação de eletrodos, condutores de eletricidade, dentro do ouvido e uma pequena caixa externa, que contém um microfone para captar o som.

Esta caixa converte o som de ondas para sinais elétricos e contém baterias para alimentar o implante.

E os aparelhos de surdez convencionais simplesmente amplificam o som e não o tornam mais claro.

O novo implante lembra o formato de um pente, com um número de elementos em forma de barras, que vibram em resposta ao som.

Cada uma destas barras está modulada para ressoar como um diapasão, em uma escala específica de freqüências diferentes e também estão encapadas com material ativado pela eletricidade cristalina, o que cria um pulso gerado por eletricidade. Por isso o implante não requer uma bateria externa.

Ajustando comprimento e o diâmetro dos elementos, os pesquisadores modularam cada um para ressoar a uma freqüência específica e diferente.

Quando um som, como uma nota musical, causa a vibração de uma destas barras, flexiona o material ativado pela eletricidade cristalina, produzindo uma pequena voltagem.

Esta voltagem é transmitida diretamente ao nervo auditivo, na cóclea.

Protótipo

O protótipo ainda é grande, medindo cerca de dois centímetros quadrados.

Bill Nimmo, membro da equipe que pesquisa afirmou explicou como funcionaria o aparelho pronto.

"Precisaríamos de 10 elementos de ressonância para ouvir a fala e 20 ou mais para música. O desafio é miniaturizar cada uma das barras de forma que elas ainda ressoem em freqüências audíveis", disse.

Segundo Nimmo, este desafio significa que um implante pronto para comercialização pode ficar pronto apenas daqui a dez anos.

Mas, uma vez que o implante esteja pronto, poderá permitir que as pessoas tenham controle manual das freqüências que ouvem, permitindo que sintonizem em indivíduos dentro de uma sala lotada e filtrem o barulho de fundo, por exemplo.