Índice de suicídios aumentou 10,6% em 20 anos na Flórida

Por Arlaine Castro

suicide pixabay
As mortes recentes e com apenas poucos dias de diferença de duas personalidades americanas trouxeram à tona a discussão sobre o autoextermínio, cujas estatísticas recentes assustam: o suicídio é a 10ª principal causa de morte nos Estados Unidos e tirou a vida de 45.000 pessoas em 2016, segundo dados recentes publicados pelo Center of Disease and Prevention Control (CDC), que apontou também um aumento de 25% de casos nos últimos 20 anos no país. O governo tem apostado cada vez mais em ações para tratamento da saúde mental como forma de prevenção. A Flórida registrou uma média geral de 10,6% a mais de casos nos últimos 20 anos, subindo de 6% em 1999 para 18% em 2016. Em 2016, foram 3.122 casos registrados no estado, sendo a segunda principal causa de morte de indivíduos no grupo etário 25-34 anos, semelhante ao ranking nacional de 2015, e a terceira principal causa de morte de indivíduos na faixa etária de 10 a 24 anos, segundo dados do relatório do Department of Children and Families. Ainda tratado como tabu na maior parte do mundo, na metade dos estados americanos, a alta passou de 30% desde 1999. As estatísticas publicadas pelo órgão de saúde do governo detalham a média nacional de 15 mortes por suicídio para cada 100.000 habitantes. Nacionalmente, com exceção de Nevada, todos os outros estados registraram altas no índice de suicídios. O maior aumento foi em Dakota do Norte, de 58%. Mas o índice mais alto é o de Montana, com 29 casos registrados para cada 100.000 pessoas em 2016. Contrasta com o do Distrito de Columbia, onde foram sete para cada 100.000 habitantes. Por faixa etária, o crescimento é significativo entre 45 e 65 anos. "O suicídio é uma das principais causas de morte entre os americanos - e é uma tragédia para as famílias e comunidades em todo o país. Indivíduos sozinhos ou em grupo, empregadores e profissionais de saúde, todos podem desempenhar um papel importante para ajudar a salvar vidas e reverter esse aumento preocupante do suicídio”, disse a diretora adjunta do CDC, Anne Schuchat. Para concluir o relatório Vital Signs, publicado recentemente sobre o assunto, os pesquisadores do CDC examinaram as tendências estaduais nas taxas de suicídio de 1999-2016. Além disso, usaram dados de 2015 do National Violent Death Reporting System (Relatório do Sistema Nacional de Mortes Violentas), realizado em 27 estados. “Mais da metade das pessoas que morreram por suicídio não haviam sido diagnosticadas com problemas mentais. Essas descobertas são preocupantes. O suicídio é uma das 10 principais causas de morte nos EUA atualmente, e é uma das três causas que estão aumentando recentemente, então consideramos isso um problema de saúde pública - e algo que está em torno de nós ", disse Schuchat. As outras duas principais causas de morte que estão em ascensão são a doença de Alzheimer e overdoses de drogas, aponta o CDC. Aumento entre as mulheres O levantamento do CDC revelou ainda que houve maior aumento no índice de suicídio entre as mulheres, mas o total entre os homens permanece de três a cinco vezes mais alto, com destaque para os veteranos de guerra, que são os mais afetados, representando quase dois de cada dez suicídios entre os adultos. Entre as pessoas que sofrem de algum transtorno mental, 69% dos homens e 31% das mulheres cometem suicídio, e a maior parte com arma de fogo, seguido de sufocamento ou envenenamento. Sem algum transtorno mental aparente, o índice feminino cai para 16% enquanto dos homens aumenta para 84%. Fatores prováveis Embora não haja uma causa específica para o suicídio, dados do National Violent Death Reporting System mostram que, entre os principais fatores que contribuem para o suicídio, problema de relacionamento é o principal fator entre pessoas com e sem problema de saúde mental: 42% tinham algum problema para se relacionar pessoal e socialmente. Logo após vem alguma crise no passado ou nas próximas duas semanas: 29%; o uso problemático de substâncias: 28%; problema físico de saúde: 22%; emprego ou problema financeiro: 16%; algum problema criminal ou com a justiça: 9%; e perda de moradia: 4%. Ações pela prevenção do suicídio Os governos, tanto federal quanto estadual, têm apostado em ações para a saúde mental para diminuir os casos de suicídios. A abordagem abrange a saúde pública como forma de prevenção, e trabalha a cooperação de todos os setores da sociedade: governo, saúde pública, saúde, empregadores, educação, mídia e organizações comunitárias. Na Flórida, há ações de Organizações sem fins lucrativos, comunitárias e religiosas que trabalham junto com universidades e escolas, como a Florida Initiative of Suicide Prevention, que coordena atividades como o After school HOPE Sunshine Clubs em 28 escolas; o The Solutions Unlimited Now Problem Solving no Broward Juvenile Detention Center; além de diversos grupos de apoio. Em 2017, o CDC lançou estratégias e abordagens para prevenção por meio das organizações National Suicide Prevention Lifeline’s e da Action Alliance. Para cada pessoa que morre por suicídio anualmente, há outras 278 pessoas que pensaram seriamente sobre o suicídio e que não se mataram, e quase 60 que sobreviveram a uma tentativa de suicídio, informa a Lifeline. “A esmagadora maioria desses indivíduos viverá suas vidas”, defende a organização, cujo trabalho pode ser acessado pelo link www.bethe1to.com Dados e informações oficiais do governo da Flórida podem ser acessados pelo link www.dcf.state.fl.us/programs